O Nobel da Paz 2019 foi concedido nesta sexta-feira (11) ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, de 43 anos, pivô da reconciliação entre o país e a Eritreia. Ele recebeu o prêmio “por seus esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional, principalmente por sua iniciativa decisiva destinada a resolver o conflito na fronteira com a Eritreia”, afirmou a presidente do Comitê Nobel, Berit Reiss-Andersen.
A Etiópia está “orgulhosa como país” com o anúncio do prêmio, disse o chefe de governo local no Twitter, destacando que isso é o “reconhecimento” do trabalho do premiê em favor da “cooperação, unidade e coexistência”.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, a aproximação entre a Etiópia e a Eritreia impulsiona a estabilidade na região.
Abiy Ahmed rompeu com quase duas décadas de conflito entre seu país, o segundo mais populoso da África, e a Eritreia, seu pequeno e isolado vizinho. Quando se tornou primeiro-ministro da Etiópia em 2018, deixou claro que desejava retomar o processo de paz paralisado, trabalhando em estreita cooperação com o presidente da Eritreia, Isaías Afwerki.
As duas nações compartilham laços étnicos e culturais profundos, mas até julho de 2018 estavam presas em uma espécie de guerra fria, conflito que separou famílias, complicou a geopolítica e custou a vida de mais de 80 mil pessoas durante dois anos de violência na fronteira.
Embora ainda haja trabalho a ser feito para garantir uma paz duradoura, o Comitê do Nobel, na Noruega, observou em sua citação que “Abiy Ahmed iniciou reformas importantes que dão a muitos cidadãos a esperança de uma vida melhor e de um futuro melhor”.
Berit Reiss-Andersen observou que Ahmed ainda não havia sido contatado por telefone. “Se ele está me vendo agora, gostaria de transmitir meus mais calorosos parabéns”, disse ela.