26 de novembro de 2024
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EUA enviam tropas para proteger campos de petróleo na Síria

EUA enviam tropas para proteger campos de petróleo na Síria

Os Estados Unidos enviaram neste sábado (26) novas forças militares à Síria para reforçar a segurança dos campos de petróleo no leste do país, segundo dois oficiais, que falaram com a agência de notícias Dow Jones. No início deste mês, o presidente norte-americano, Donald Trump, havia decidido retirar a maior parte de suas tropas no norte do país, na fronteira com a Turquia.

O movimento de retorno das tropas para posições na Síria reflete o desejo de Washington de preservar sua influência na região, dado que forças russas e sírias também haviam rumado para essas posições preenchendo o vazio nas áreas antes ocupadas pelos norte-americanos.

Imagens de um comboio de militares dos EUA entrando na Síria pela fronteira com o Iraque foram divulgadas pelo canal de notícias curdo Rudaw. Residentes do nordeste da Síria também postaram vídeos na internet mostrando um comboio de veículos armados identificados com a bandeira norte-americana que teria acabado de entrar no país vindo do Iraque. Não havia tanques nas imagens, que não puderam ser verificadas independentemente.

“Começamos a reforçar nossas posições na região de Deir Ezzour, em conjunto com nossos parceiros das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), com ativos militares adicionais para evitar que os campos de petróleo caiam novamente nas mãos do Estado Islâmico ou outros atores desestabilizadores”, disse um oficial do Departamento de Defesa dos EUA. O oficial não especificou o número de militares envolvidos na ação, alegando a segurança da operação.

Dias atrás, os EUA deram início a uma retirada do nordeste da Síria, após Trump abruptamente ordenar o retorno da maioria dos mil soldados norte-americanos presentes na região. A retirada norte-americana abriu caminho para uma operação militar da Turquia contra os militantes curdos que haviam se unido aos norte-americanos no combate contra o Estado Islâmico, provocando fortes críticas de aliados dos EUA.

Na sexta-feira, o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, confirmou que os EUA planejavam enviar soldados e veículos armados de volta a Síria para guardar os campos de petróleo detidos pelos curdos. Caso continue, a movimentação dos EUA na direção das instalações de petróleo marcaria uma mudança significativa nos objetivos da presença militar americana na Síria. Sua missão, que inicialmente era a de eliminar os membros remanescentes do Estado Islâmico na região, passaria a ser a de garantir a segurança das instalações de petróleo contra o Estado Islâmico e outros oponentes.

Rússia – A Rússia criticou duramente a decisão dos Estados Unidos de enviar veículos armados e tropas de combate para o leste da Síria para proteger campos de petróleo, e ainda chamou o movimento de “banditismo”.

“O que Washington está fazendo agora, a apreensão e controle de campos de petróleo no leste da Síria sob controle armado, é, simplesmente, banditismo internacional”, declarou hoje o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov.

“Todos os depósitos de hidrocarbonetos e outros minerais localizados em território da Síria não pertencem aos terroristas do Estado Islâmico e nem mesmo aos ‘defensores americanos dos terroristas do EI’, mas exclusivamente à República Árabe da Síria”, acrescentou o porta-voz.

“A causa real dessa ação ilegal dos EUA na Síria está bem distante dos ideais que Washington tem proclamado e dos slogans de combate ao terrorismo”, disse Konashenkov.

Mais cedo, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, alegou que o movimento pretende impedir que os campos de petróleo caiam nas mãos de militantes do Estado Islâmico. A decisão foi o mais recente sinal de que a retirada recente das forças militares norte-americanas da Síria é mais incerta e complicada do que o presidente Donald Trump fez parecer.

Neste sábado ocorreram diversas movimentações militares na Síria, considerando que outras partes interessadas dessa disputa haviam se ajustado à decisão dos EUA de retirar suas tropas do nordeste do país. Um comboio de veículos dos EUA foi avistado na região da cidade síria de Qamishli, possivelmente seguindo na direção da área de Deir el-Zour, onde há campos de petróleo, ou para outra base próxima. O Observatório Sírio para Direitos Humanos, que monitora o conflito, também relatou ter visto o comboio, dizendo que o grupo veio do Iraque.

Outro comboio, este ainda maior e integrado por soldados do governo sírio, também foi avistado seguindo pela rodovia M4. Segundo a agência de notícias estatal síria SANA, as tropas entraram na região de Ras al-Ayn, passando por oito vilarejos ao longo da rodovia e seguiram até as proximidades da fronteira com a Turquia. O Observatório descreveu a mobilização das forças sírias como a “maior já vista na área em quase sete anos”.

As tropas do governo sírio não entravam no nordeste da Síria desde 2012, quando o governo se retirou para se concentrar no conflito em outros pontos do país. As forças curdas assumiram o controle da área e se aliaram aos EUA para combater os militantes do Estado Islâmico que invadiram a área.

Porém, após Trump ordenar a retirada de suas tropas das áreas controladas pelos curdos, permitindo com que os turcos lançassem uma ofensiva em 9 de outubro, as forças curdas no país se voltaram para a Rússia e Damasco pedindo por proteção. A mobilização do governo começou no meio de outubro.

Um outro acordo, esse firmado entre a Turquia e a Rússia, acelerou a mobilização de tropas do governo sírio com a criação de uma patrulha conjunta de russos e sírios como parte de um novo acordo de fronteira. Mas a Rússia criticou a decisão de Washington de manter suas tropas na Síria.




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