Palco da primeira batalha da Guerra de Canudos e passagem de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a cidade Internacional do bode, Uauá, será entre os dias 14 e 16 de novembro palco da literatura. Nestes dias acontece a primeira edição da Festa Literária de Uauá – FLIU, que vai reunir autores representativos da literatura regional e nacional no Sertão Baiano.
Como o próprio nome indica, a FLIU é uma festa. No local, acontecerá encontros literários, shows com artistas locais e nacionais, teatro, oficinas, artes visuais, filmes e a Fliuzinha, como foi batizada a programação infantil. Paulo Lins, Mariana Bigio, Wilson Freire, Cida Pedrosa, Franklin Martins, Josyara, Lirinha, Bule Bule e Emiliano José são alguns nomes que compõem a programação que acontece em vários espaços da cidade.
Nesta primeira edição da FLIU o homenageado é o professor e historiador Manoel Neto, que recebeu o título de cidadão de Uauá, em reconhecimento ao seu envolvimento com o município e toda a região que foi palco da Guerra de Canudos. Coordenador do Centro de Estudos Euclides da Cunha (CEEC/UNEB), o historiador, poeta, escritor e roteirista é considerado uma das mais respeitadas autoridades acadêmicas da Bahia sobre a temática de Canudos.
A curadoria será de Maviael Melo. Poeta, cantador e pedagogo em formação, o cidadão Uauaense desde 2017, viaja Brasil afora apresentando a sua arte. Também ministra oficinas de cordel e construção poética para professores, educadores e alunos. Têm vasta experiência em curadoria de festas literárias e eventos do tipo, como, as quatro edições do Edu Cordel – Encontro de Educação e Cordel, projeto premiado pelo MINC nos anos de 2011, 2013 e 2017; a curadoria do Cordelizando em três edições, além de ser o produtor e curador do Encontro de Cantadores no Pelô.
Nos dias da Fliu, Bel Borba apresenta a exposição “O mar virá Sertão”, criada especialmente para o evento. Na Câmara de Vereadores de Uauá, o artista visual reconhecido internacionalmente, fez 16 desenhos em nanquim com água destilada sobre papel Hahnemühler. A mostra aborda a temática da caminhada de Antônio Conselheiro pelos Sertões de Canudos.
A quinta feira, dia 14, na plenária terá abertura cultural de Marcos canuto. Depois da fala do homenageado será a vez da primeira mesa que foi batizada “Dois dedos de prosa e um tanto de poesia”. A mesa, que acontece às 19h30, trará os escritores Antônio Marinho e José Paes Lira, o Lirinha e terá mediação do curador. O dia termina com a poesia eletrônica, Recital com Lirinha. No palco, Nilton Freittas, Josyara e o Em Canto e Poesia.
A primeira mesa da sexta-feira, dia 15, foi batizada “Minha poesia cabe na sua melodia?”. Às 9h30, uma conversa que une mulheres de trajetórias diferentes com um ponto em comum: a paixão pela escrita e pela música. O debate terá como protagonistas a cantora Juliana Ribeiro e a escritora Cida Pedrosa, e contará com mediação da professora Érika Ribeiro (Pók Ribeiro). A segunda mesa discute as várias dimensões da comunicação pela arte da palavra. Batizado de A Poesia é POP o encontro trará Pedro Stkls, Thiago Soeiro, Aline Monteiro e Poeta Lucão, com mediação da poeta do cotidiano, Áquila Emanuelle.
A tarde será a vez das linguagens artísticas dos Pirilampos. Batizada de “A Literatura dos Pirilampos em forma de poesia, prosa e música”, o encontro conta com os poetas e cordelistas Pók Ribeiro, Zecalu, BGG da Mata Virgem e Gildemar Senna, além da presença do Professor e Historiador Roberto Dantas como mediador.
A FLIU trará para o debate os convidados Daniel Munduruku e Pola Ribeiro. Com mediação de Cícero Félix, a mesa intitulada “Povos tradicionais: Resistências e Diversidades” trará para a discussão a diversidade, reconhecimento e valorizar a contribuição de diferentes etnias na constituição da identidade cultural brasileira.
O dia segue com o espetáculo lítero-musical “O Velho Homem Rio” com Celo Costa e o Cortejo Baque Opará, além de exibição de filmes e documentários, no Cineclube, Árvore do Livro de Mariane Bigio e Milla Bigio, no Calçadão e Sarau da Onça, Sarau de Uauá e Nelson Maca no Coreto da cidade.
A primeira mesa de sábado, dia 16 será “O uso do sertão e da favela na dramaturgia brasileira – Mais que simplesmente cenário”. A mesa que terá a presença do escritor Paulo Lins e o cineasta Wilson Freire e mediação do professor de Comunicação da UNEB, Josemar Pinzoh, fala das relações entre o sertão e a favela, territórios míticos, de crise, são carregados de simbolismo. O dia segue com bate papo literário com Tom Farias e Siba Veloso, que lançam livros, e a participação de Emmanuel Mirdad.
Às 14h30, Bráulio Tavares, Jéssica Caitano e Bule Bule participam da mesa “Entre rap e o repente”. Um autêntico mestre da cultura popular, Antônio Ribeiro da Conceição, o consagrado Bule-Bule. Um escritor, compositor, letrista, poeta, dramaturgo, o pesquisador de literatura fantástica, Bráulio Tavares. Uma cantora, compositora, rapper, conquista, percussionista, poeta, Jéssica Caitano, todos sob a mediação do poeta e professor Nelson Maca.
A última mesa do evento, às 16h30, fala de arte e política. “A arte se preocupa muito mais com a política do que a política com a arte?”, terá a participação dos jornalistas Franklin Martins e do Professor Emiliano José e terá a mediação de Jorge Portugal. O dia termina com lançamentos dos livros de Emiliano José, Jorge Portugal, Pók Ribeiro, Zecalu, Socorro Lacerda, Bule Bule, Maciel Melo e Siba. No coreto, Encontro de Pé de Bode, Sarau da Onça, Nelson Maca e intervenções culturais.
Programação Infantil – A Fliuzinha, espaço voltado para as crianças dentro da programação da FLIU, será iniciada na sexta-feira (15) com várias atrações para os pequenos, como bate-papos, contações de histórias, apresentações cordel e musicais. As atividades voltadas para o público infantil acontecem na Casa Paroquial, localizada no centro da Cidade.
O projeto “Essa Toalha tem História” é uma sessão de contação de histórias interativa e lúdica, de estímulo à leitura, que utiliza a narração de obras literárias e da tradição oral, tendo como apoio objetos de cena e, principalmente, o livro. Outro destaque é o projeto Cordel Animado é integrado pelas irmãs Mariane e Milla Bigio. A dupla prepara um repertório de histórias autorais em Cordel permeadas por música e sonoplastia, utilizando recursos cênicos como Bonecos e Mamulengos, além de instrumentos musicais como violão, escaleta e percussão. A Cia Teatral Relicário apresentará O Mistério de Feiurinha, baseado na obra literária de Pedro Bandeira.
Música não poderia faltar na Fliu e as noites terão várias opções para os amantes das letras e das notas musicais. O palco para os eventos musicais será. Praça São João Batista, com programação a partir das 21h, durante os três dias da festa literária. No primeiro dia, 14, se apresentarão Nilton Freitas, Josyara e Em Canto e Poesia. Já na sexta, 15, a programação conta com Renan Mendes, Juliana Ribeiro e Maciel Melo. E na última noite da FLIU as atrações musicais serão Jessica Caitano, Cláudio Barris, Encontro de Cantadores homenageia Raymundo Sodré e Siba e Mestre Nico.
A Fliu é uma realização da Uauá projetos criativos e da Prefeitura de Uauá, idealizada por Mércia Beatriz com coordenação e produção de Ellen Ferreira, Lorena Ribeiro e Antônio Nikiel, com curadoria de Maviael Melo.
O evento tem patrocínio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Turismo/Bahiatursa, Secretaria de Desenvolvimento Rural/CAR, Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura/Fundação Pedro Calmon, além do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC) e do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA).