O Ministério das Relações Exteriores negou, nesta segunda-feira (23), qualquer envolvimento brasileiro nos ataques a bases militares venezuelanas ocorridos no domingo, que deixaram um militar morto e outro ferido. A resposta veio depois que o ministro da Comunicação venezuelano, Jorge Rodríguez, acusou o Brasil de dar apoio aos grupos responsáveis pelos ataques a unidades militares no sul do país.
No Twitter, Jorge Rodríguez disse que os responsáveis pelo ataque “treinaram em acampamentos paramilitares amplamente identificados na Colômbia e receberam a colaboração desonesta do governo de Jair Bolsonaro”.
Rodríguez revelou que seis pessoas foram detidas e que algumas armas foram recuperadas: 83 fuzis AK-103, 60 granadas, um lançador de foguetes, uma bazuca, uma metralhadora e seis caixas de munição. Há uma operação em andamento para tentar capturar os demais responsáveis e reaver o armamento. Ao todo foram levados 112 fuzis, 120 granadas, três lançadores de foguetes, três metralhadoras, dez bazucas e dez caixas de munição. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques.
No começo da noite de domingo, o chaneler Jorge Arreaza também foi ao Twitter afirmar que o grupo está baseado no Peru, entrando pela Colômbia e recebendo apoio do Brasil. Para ele, se trata de uma “estratégia golpista do Grupo de Lima para produzir violência, morte e desestabilização política na Venezuela”.
Arreaza disse ainda que “as autoridades peruanas são “ao menos cúmplices, por permitirem que “os terroristas se organizem impunemente”. O chanceler peruano, Gustavo Meza-Cuadra, rechaçou “as falsas” afirmações de Arreaza, reiterando seu compromisso com “uma solução pacífica” que “permita o retorno para a democracia e o fim do regime ilegal de Maduro”.