O sol que fez na manhã deste sábado (11) e a distância de quase 50 km entre Salvador e Dias D’Ávila não desanimaram os torcedores do Bahia que tiraram o dia para acompanhar a inauguração do novo CT do clube.
Aberto oficialmente para o público, o Centro de Treinamentos Evaristo de Macedo, ou Cidade Tricolor, como é popularmente chamada, recebeu cerca de 7 mil torcedores. Muitos curiosos para ver a estrutura da nova casa azul, vermelha e branca.
o mestre Evaristo, como é carinhosamente chamado pelo torcedores, foi um dos mais tietados pelo tricolores. Acompanhado por uma multidão em cada passo que dava, Evaristo participou de homenagens às vítimas da tragédia da Fonte Nova e até ajudou a plantar na Cidade Tricolor o jambeiro símbolo do Fazendão. A árvore havia sido colocada no antigo local de treinamentos em 1979, época da inauguração, e foi levada para a Cidade Tricolor. Diante de uma multidão, ele agradeceu o carinho dos torcedores.
“Quando eu comecei aqui muitos de vocês não tinham nascido. Eu treinei na Fazendinha, no Fazendão e agora comprei isso aqui. Tá lá, Evaristo de Macedo. É meu (risos). Muito obrigado por tudo, por todos esses anos que eu passei aqui. O abraço que eu vou dar neles (ex-jogadores) é como se fosse um abraço em todos vocês”, disse Evaristo, lembrando dos antigos locais de treinamento do clube.
No estilo turrão de sempre, o ex-treinador ainda usou do bom humor para lembrar dos tempos em que comandava o tricolor. Reunido com ex-atletas como Zé Carlos, João Marcelo, Gil Sergipano e Baiaco, ele lembrou histórias e afirmou que tudo que conquistou foi graças ao que os atletas mostraram em campo.
“Eu tive uma convivência muito grande com eles. Eu não ensinava a eles, eles nasceram sabendo. Nós apenas aparamos algumas arestas, conseguimos, pela nossa experiência, passar algumas coisas. Mas se eu sou alguém, eu devo a eles. Eu não jogava. A preleção e o treinamento ajudam, mas quem ganha o jogo são eles. Esses atletas representam a evolução do Bahia. Não fossem eles campeões, nós não estaríamos aqui hoje. A presença deles aqui, na minha ótica, é a inspiração para outros títulos. Eles são vencedores. Esse é o lado bom, o lado ruim é que eu tinha que aturá-los”, brincou Evaristo, antes de continuar:
“Quando nós treinávamos na Fazendinha, o Baiaco acordava quatro horas da manhã e ligava o rádio a toda altura. Eu queria dar umas pancadas nele (risos). Mas ele compensava tudo no campo. O treinador não admite algumas coisas que o jogador faz, mas depois a gente esquece quando eles estão no campo”, disse o ex-treinador.
Presidente do Bahia, Guilherme Bellintani explicou a escolha pelo nome de Evaristo para o novo CT e afirmou que todo torcedor tricolor se sente representado na figura do técnico campeão brasileiro.
“Quando alguém me perguntou outro dia quem era o maior ídolo do Bahia, e eu falei Evaristo, as pessoas pensavam o motivo. Acho que Evaristo simboliza a união do clube. União de atletas, dirigentes, conselheiros e principalmente da torcida. Um cara que é inquestionável pela torcida. Trouxe uma das grandes alegrias que a gente tem. Uma pessoa que vive o Bahia intensamente, tem conexão com a Bahia e com o clube. Nomear o Centro de Treinamentos Evaristo de Macedo é fazer uma homenagem a toda nação tricolor. Todo mundo se sente representado por Evaristo”.
Visita – Logo após as festividades, os torcedores tiveram a oportunidade de realizar uma visita guiada pelos prédios da Cidade Tricolor. Ao todo, o CT conta com cinco espaços: profissional, base, serviços, administrativo e vestiários. Eles ainda puderam circular por outras áreas, como os campos de treinamento, sala de imprensa e academia.
Ao todo, o Bahia investiu cerca de R$ 30 milhões entre a recuperação judicial e obras na Cidade Tricolor. O local, que substitui o Fazendão, já está sendo utilizado pelos atletas e o técnico Roger Machado na pré-temporada da equipe.