A polÃcia e as forças de segurança iranianas dispararam balas reais e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que protestavam contra as autoridades, que negaram inicialmente ter abatido um avião ucraniano, informou nesta segunda-feira (13) a agência Associated Press (AP).
Os veÃculos de comunicação estatais do Irão não noticiaram imediatamente o incidente perto de Azadi, ou Praça da Liberdade, em Teerã, na noite desse domingo (12). No entanto, organizações não governamentais de defesa de direitos humanos já pediram ao Irã que permita que as pessoas protestem pacificamente, conforme permitido pela Constituição.
“Após traumas nacionais sucessivos em curto perÃodo de tempo, as pessoas devem poder expressar o luto e exigir responsabilidades em segurança”, disse o diretor executivo da organização não governamental (ONG) Centro para os Direitos Humanos no Irã, com sede em Nova Iorque.
“Os iranianos não deviam ter de arriscar a vida para exercer o direito constitucional de se reunir pacificamente”, acrescentou a ONG.
VÃdeos enviados à organização e posteriormente analisados pela AP mostram uma multidão correndo, depois de uma granada de gás lacrimogêneo atingir os manifestantes.
As pessoas tossem e espirram enquanto tentam escapar, com uma mulher a gritar, em farsi: “Eles dispararam gás lacrimogêneo contra as pessoas! Praça Azadi. Morte ao ditador!”.
Outro vÃdeo mostra uma mulher sendo carregada, em meio a marcas de sangue no chão. Pessoas ao seu redor gritavam que ela foi baleada na perna.
“Ela sangra sem parar!”, disse uma pessoa.
Fotos e vÃdeos após o incidente mostram poças de sangue na calçada.
A PolÃcia antimotim, com uniformes e capacetes pretos, reuniram-se na Praça Vali-e Asr, na Universidade de Teerã, e em outros pontos da capital.
Membros da Guarda da Revolução patrulhavam a cidade em motos, e outras forças da segurança à paisana também foram mobilizados para as ruas. As pessoas olhavam para baixo, enquanto passavam rapidamente pela polÃcia, aparentemente para tentar não chamar a atenção.