27 de novembro de 2024
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Prefeitura de Salvador tem perda de receita no quadrimestre por conta da pandemia

Prefeitura de Salvador tem perda de receita no quadrimestre por conta da pandemia

Em audiência pública por conferência virtual, realizada na manhã desta quinta-feira (28), o secretário municipal da Fazenda, Paulo Souto, apresentou à Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização da Câmara de Vereadores o relatório de gestão fiscal de Salvador relativo ao 1º quadrimestre de 2020. O documento revela o impacto da crise sanitária nos cofres públicos da Prefeitura. 

O relatório revela dois cenários nitidamente distintos: um, positivo, no período anterior a 21 de março; e o outro, negativo, quando teve início a disseminação do novo coronavírus na cidade. Só houve números positivos naqueles ramos da economia considerados essenciais e que continuaram funcionando, mesmo que de forma limitada, a exemplo de saúde, comércio de alimentos e setor de transportes. 

Os números exibidos por Paulo Souto demonstram que as receitas obtiveram um crescimento de 11,9% no mês de março, com um aumento de R$26 milhões em relação ao mesmo período de 2019. Entre o início do mês e o dia 20, essa elevação chegou a ser de 24%. Já no período do dia 21 até o final de março, houve uma queda de 7,8% nessas mesmas receitas, correspondendo a uma perda de R$ 6,7 milhões.

Essas quedas de receita observadas no terço final de março só se acentuaram em abril e maio. Em abril, a redução foi de 18,6%, o que corresponde a uma perda de receita de R$ 40 milhões. E em maio, computada até o dia 25 do mês, alcançou 33%, configurada uma perda de R$ 64 milhões.

No total, a queda das receitas correntes próprias de Salvador entre 21 de março e 25 de maio de 2020 somou R$ 111 milhões, valor este que será ainda maior ao final do corrente mês. “A situação agrava-se sobremaneira pois, a par dessas quedas de receitas, as despesas correntes totais exibiram um crescimento de 7,5% em abril contra um simultâneo aumento de tão somente 0,67% das correspondentes receitas correntes totais. Além disso, a poupança corrente do município, que acumulou um superavit de R$ 502 milhões até fevereiro, tem marcado déficits progressivos de março em diante, os quais já somam R$ 287 milhões”, revelou Paulo Souto.

Ações contra a pandemia – Um destaque especial nas despesas municipais têm sido as aplicações em ações de saúde voltadas ao enfrentamento da Covid-19. Os dados exibidos pelo secretário Paulo Souto mostram que esses gastos necessários somam R$ 149 milhões de março até maio, sendo que 70% desse montante, o que corresponde a R$ 104 milhões, formados por recursos próprios do município.

“Ainda bem que esta situação adversa trazida pela Covid-19 encontrou nossas finanças bem equilibradas e com reservas financeiras que nos dão oxigênio para enfrentá-la”, afirmou Paulo Souto. Isso fica evidente quando, em números gerais, o 1º quadrimestre de 2020 registrou um total de receitas maior do que o de despesas, com geração de superávit, permitindo, por exemplo, que a Prefeitura pudesse ampliar investimentos na saúde e em medidas de enfrentamento à pandemia e, ao mesmo tempo, manter em dia o pagamento dos servidores. 

A receita total acumulada foi de R$ 2,5 bilhões, 9,2% em melhor em termos reais que a apurada em igual período de 2019. As despesas totais somaram R$ 2 bilhões, 4,8% em valores reais a mais do que em igual período de 2019. Registrou-se no quadrimestre um superavit corrente de R$ 424 milhões e um superavit orçamentário de R$ 534 milhões. As despesas com pessoal registraram um índice de 37,4% da receita corrente líquida – pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o limite é de 48,6%.

Foto: Divulgação/Secom-PMS




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