Entrevistado do Conversa com Bial de segunda-feira, 01/06, o procurador-geral da República, Augusto Aras, comentou durante o programa a especulação de seu nome para uma cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal.
A hipótese foi lançada pelo presidente Jair Bolsonaro durante live na semana passada. Duas vagas devem ser abertas até o ano que vem, em substituição aos ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, que irão se aposentar. “Se aparecer uma terceira vaga – espero que ninguém ali desapareça -, mas o Augusto Aras entra forte para essa vaga aí”, disse o presidente.
Uma terceira vaga para indicação de Bolsonaro surgiria apenas nos casos de morte ou de saída não-programada de algum integrante da Corte. Ou de reeleição do presidente da República.
Questionado por Bial sobre a declaração de Bolsonaro, Aras negou a intenção de se tornar ministro do STF e atribuiu a antecipação desse debate a um processo de fritura. “Essa coisa de me colocar como candidato pode vir de outros candidatos dentro do Palácio, da Procuradoria-Geral da República, da advocacia ou de ministros de outros tribunais”, afirmou.
“Se essas pessoas me veem como adversário, é natural que me atacassem antecipando uma candidatura para me fritar. Na política, a fritura faz parte de um jogo cruel.”
Aras também comentou o anúncio de que Bolsonaro pretende condecorá-lo com a Ordem do Mérito Naval, no grau de Grande Oficial. Questionado por Bial se não há constrangimento em ser homenageado por alguém que ele poderá denunciar criminalmente, Aras respondeu que não recebeu ainda nenhum comunicado sobre a condecoração – que foi publicada no Diário Oficial na semana passada. “Se isso se confirmar, será uma grande honra. Tenho o maior apreço pela Marinha do Brasil.”