Através do seu site, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que, segundo pesquisas feitas pela Fiocruz, foi descoberto um caso no Brasil de uma infecção respiratória por uma variante do vírus influenza A H1N2, que causa a gripe suína. As informações são do jornal O Globo.
A doença é transmitida dos porcos para os seres humanos, e está entre as gripes que são consideradas com potencial pandêmico. A infectada foi uma jovem que mora no Paraná, de 22 anos, e que já se recuperou. A mulher trabalhava em um matadouro de suínos na cidade de Ibiporã, interior do estado, e apresentou os sintomas no dia 12 de abril deste ano. Ela não apresentava nenhuma doença prévia.
Mas o próprio protocolo da OMS orienta que todos os casos da H1N2 sejam reportados a entidade, para que haja um monitoramento. Esse vírus tem o potencial de causar uma pandemia devido a alguma mutação que possa ter sofrido, o que pode torná-lo transmissível por meio do contato pessoal.
Apesar do alerta, de 2005 para cá, apenas 26 casos de influenza A (H1N2) foram registrados no mundo, sendo dois deles no Brasil, já contabilizando com o mais recente.
Desses casos registrados, todos eles foram causados através do contato com os porcos – como aconteceu com a paranaense – não havendo evidência de transmissão entre humanos. Nenhum dos infectados apresentou qualquer tipo de complicação da doença.
Ainda segundo O Globo, O vírus foi detectado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), referência nacional e para as Américas (Organização Mundial de Saúde) para influenza e o novo coronavírus.
O mesmo laboratório, chefiado pela virologista Marilda Siqueira, vai agora estudar amostras de suspeita de Covid-19 do Paraná para investigar se alguns dos casos de doença respiratória notificados no estado são da nova variante de gripe.
O professor titular de virologia da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, Eurico Arruda, especialista em vírus respiratórios, explica que esse é mais um caso de vírus pulando diretamente de animais para o ser humano e ressalta a necessidade de monitoramento rigoroso e estudos sobre esses patógenos.
“Não há evidência de contágio interpessoal nesse caso. Mas os vírus mudam, como o Sars-CoV-2 nos mostrou e precisamos estar vigilantes e nos antecipar”, disse Arruda ao O Globo.
A jovem foi tratada com o antiviral oseltamivir e não precisou ser hospitalizada. Ela procurou o hospital dois dias depois do começo dos sintomas. No dia 16 de abril, foram coletadas secreções respiratórias, como parte do controle feito pela OMS, e ela foi liberada.