O presidente Jair Bolsonaro garantiu nesta quinta-feira (16) a permanência do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
— Salles fica. Pazuello fica. Sem problema nenhum. São dois excepcionais ministros — declarou Bolsonaro, em transmissão ao vivo pelo Facebook.
A saída de Salles vem sendo cogitada desde que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril mostrou o ministro defendendo “passar a boiada” na questão ambiental pelo fato de as atenções estarem voltadas à pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro lamentou que a expressão tenha sido divulgada e disse que o ministro quer “desregulamentar muita coisa” e não permitir que ninguém cometa crimes.
— Ricardo Salles fica, a não ser que ele queira sair, é outra história. Para mim, está fazendo um excepcional trabalho. E alguns acham que o ministro do Meio Ambiente demonstra sua capacidade pelo número de multas aplicadas. O que está na lei? A multa é o último caso.
Para o presidente, o ideal é que o fiscal converse, advirta e oriente o produtor rural que tiver “problema” e, quando voltar depois de algum tempo, se persistir no erro, aplique a multa. Ele também rechaçou que “a máquina de fiscalização” tenha sido desmontada. Desmontou nada, tá? Só que está fazendo a coisa certa.
No caso de Pazuello, ele ocupa o cargo de forma interina há dois meses. Com a ida de Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) para a reserva, Pazuello passou a ser o único militar da ativa na Esplanada.
Uma declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes associando a gestão a um “genocídio” no combate à pandemia expôs o temor dos militares de que as Forças Armadas possam ser responsabilizadas pela atuação do general na Saúde. Questionado sobre o episódio, Bolsonaro comentou que deu o caso por encerrado depois de conversar com Mendes, que foi alvo de representação do Ministério da Defesa na Procuradoria-Geral da República (PGR).
— Qualquer crítica construtiva é bem-vinda. Essa questão do ministro Gilmar Mendes teve uma nota do ministro da Defesa no tocante a isso e da minha parte eu dou por encerrado isso daí. Deixo lá com o ministro Fernando Azevedo e o ministro Gilmar Medes. Eu conversei com o Gilmar Mendes por telefone sobre o episódio. Eu me reservo a não revelar o teor da conversa, mas conversei com ele. Ato contínuo, houve um contato entre o ministro Gilmar Mendes e o ministro Pazuello. Conversaram também. O que nós queremos é solução, tá certo?
Em meio a uma série de elogios à carreira militar de Pazuello, Bolsonaro comentou que o general está indo muito bem à frente da pasta.
— “Ah, ele não é médico”. Tudo bem, eu sei que ele não é médico. Agora o que eu acho é que está precisando muito mais de um gestor do que um médico lá na Saúde. Seria excelente se tivesse um médico e gestor, seria excelente. Mas infelizmente é difícil você coordenar essas duas funções. Agora ele tem abaixo de si uma série de profissionais de saúde com ele — defendeu o presidente.