30 de abril de 2024
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Centro de Sismologia da USP confirma tremor de terra em São Félix

Centro de Sismologia da USP confirma tremor de terra em São Félix

Após o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília dizer que nenhum abalo de magnitude relevante foi detectado na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, na noite da última quarta-feira (19), o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) confirmou que ocorreu um ‘pequeno sismo’ na região de São Félix, vizinha de Cacheira.

O tremor, segundo o órgão, aconteceu às 18h51 no horário de Brasília, e teve magnitude de 1.6 mR. “O tremor foi registrado em 2 estações sismográficas da RSBR e foi localizado com a ajuda de pessoas que sentiram o tremor e mandaram seus relatos pra gente”, divulgou o Centro, em nota.

O Centro de Sismologia esclareceu ainda que tremores pequenos são relativamente comuns no Brasil e podem ocorrer em qualquer lugar. “Normalmente não trazem nenhum perigo a não ser um pouco de susto a população. Não é possível saber a natureza ou a causa destes pequenos abalos. Normalmente são causados por pressões geológicas naturais presentes na crosta terrestre”, diz o texto divulgado pelo grupo de pesquisa nas redes sociais.

O professor de geologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Carlos César Uchoa de Lima, afirmou que os tremores terra começam a provocar danos a partir de uma magnitude de 5 mR. De acordo com o especialista, a Bahia comumente registra terremotos de até 4 mR, o que ainda é considerado baixo.

“Um sismo começa a provocar algum dano verdadeiro na superfície, como destruir casas, a partir de uma magnitude de 5 mR, que ainda é fraco e causa destruição se ocorrer muito próximo da superfície”, disse Lima.

O tremor foi baixo, mas assustou os moradores da cidade. O professor explica que dois fatores podem ter ampliado a sensação de tremor: a intensidade do sismo e a localização das moradias de quem sentiu a casa tremer. “A magnitude mede a quantidade de energia liberada pelo terremoto, já a intensidade é o poder de destruição. A rocha que causou o tremor pode ter se rompido muito perto da superfície, o que aumentou um pouco a intensidade do tremor. Na partes mais altas da cidade, normalmente, acaba tendo mais a propagação das ondas sísmicas, o que faz com que as pessoas as sintam mais”, explicou o estudioso.

Essa não é a primeira vez que um tremor é registrado na região do recôncavo, na verdade, de acordo com o professor, a ocorrência dos sismos é comum. “A zona sismogênica propensa a ter terremotos e tremores de terra é próxima a Baía de Todos os Santos porque existem falhas geológicas abaixo da água da baía. Quando as falhas acumulam tensão e quando se rompem um pouco cada rompimento de bloco rochoso vai ter um pequeno terremoto”, informou.

A secretária de Obras e Meio Ambiente de Cachoeira, Rafaella dos Santos, afirmou que o tremor não causou destruição na cidade. “Ninguém entrou em contato com a prefeitura para fazer reclamação e pedir ajuda, os prédios antigos daqui estão intactos”, afirmou.

A prefeitura de Cachoeira afirmou nesta quinta-feira (20) que acionou a Defesa Civil para que faça uma análise após os relatos de tremores de terra sentidos pela população. Em contato com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília e com a Defesa Civil Nacional, houve a informação de que nenhum abalo de magnitude relevante foi detectado na cidade, disse, mais cedo, a gestão municipal.

O observatório afirmou em nota que fez uma busca entre estações que cobrem, respectivamente, mais de 200 km e mais de 300 km de distância, e nada foi localizado. “Com essa cobertura é possível detectar, com certeza, qualquer evento com magnitude superior a 2 mR. Sendo assim, podemos afirmar que não foi registrado nenhum evento em Cachoeira nesse período com magnitude superior a 2. Se houve um terremoto, foi pequeno (baixa magnitude) e não foi possível registrá-lo”, afirma.

Por conta do episódio, a prefeitura também entrou em contato com a Votorantim Energia, empresa que administra a barragem Pedra do Cavalo, e foi informada que não houve no local nenhuma alteração de funcionamento que pudesse justificar o tremor sentido.

A Votorantim informou que “não houve nenhuma anormalidade, ou o registro de ocorrência em relação às operações da UHE Pedra do Cavalo na noite do dia 19/08. A Usina segue operando normalmente”.




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