Assim que houver uma vacina, a Arena Fonte Nova estará disponível para funcionar como um centro de vacinação em massa, com capacidade para imunizar até 100 mil pessoas por dia. Para 2021, a primeira ação pensada pela direção do espaço multiuso foi justamente apresentar ao poder público uma simulação de uso do espaço para a imunizar a população.
Segundo Dênio Cidreira, presidente da Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), a intenção é que a Arena sirva tanto o público de Salvador, quando da sua Região Metropolitana (RMS). Ele lembrou, durante entrevista para o programa Política & Economia, apresentado pelo jornalista Donaldson Gomes no Instagram do CORREIO ( @correio24horas ), que a logística da vacina vem se desenhando como uma questão bastante importante.
Segundo ele, com 60 baias, usando quatro macroambientes, e prevendo sempre a vacinação dentro dos carros, para manter o distanciamento social, há possibilidade de vacinar 100 mil pessoas por dia. “A gente vai precisar de um esquema de logística muito forte para não perdermos vidas desnecessariamente. Cada dia a mais que as pessoas deixam de ser vacinadas é um risco maior de perdas”, diz.
Outro ponto destacado por ele é que as vacinas que estão sendo estudadas necessitam de refrigeração. Segundo Cidreira, a estrutura da arena é compatível com as exigências para quase todos os tipos que estão em estudos. “Temos a estrutura usada para refrigerar as bebidas e temos geradores, além de estarmos ligados a duas subestações da Coelba. A chance de perder as vacinas por falta de energia é zero”, garante.
“O público é a nossa alma. Em 2019, vínhamos em um ritmo muito forte. Tivemos 1,5 milhão de pessoas que frequentaram a Arena nos mais diversos tipos de eventos”, lembra. E aí, o público vai desde o tradicional torcedor do futebol, até os fiéis que lotaram o espaço na cerimônia da canonização da Santa Dulce dos pobres, passando por quem foi para o Festival de Verão, ou outro grande evento musical.
Segundo Dênio Cidreira, a chegada da pandemia fez a direção da Arena Fonte Nova alterar todas as prioridades para 2020 “Fomos abatidos em março por esta pandemia e o que nós fizemos foi procurar nos reinventar rapidamente. Este é um equipamento importante demais para ficar sem funcionamento”, diz.
“Analisamos várias hipóteses, como drive-thru, lives e outras, mas entendemos que a melhor hipótese seria mesmo servir à saúde da Bahia naquele momento. Nosso raciocínio é muito simples, quanto menos trauma houver durante esta pandemia para os baianos, mais fácil será voltar à vida normal, que é o que todos queremos”, ressalta.
A partir daí, conta ele, surgiu a decisão de montar o hospital de campanha lá para atender pacientes com a covid-19 e da campanha de vacinação através de um drive-thru, que garantiu distanciamento de idosos e outros públicos mais vulneráveis à doença, sem deixar de vaciná-los contra a gripe.
Segundo ele, em relação aos grandes eventos, o planejamento da empresa responsável pela gestão e operação da Arena passou para o ano de 2021 em diante.
Retorno da torcida – Segundo Dênio Cidreira, o espaço está preparado para qualquer cenário em relação às atividades esportivas, inclusive para um eventual retorno dos torcedores aos jogos. Mas ele ressalta que a decisão sobre quando e em que condições cabe às autoridades públicas.
“O que cabe a nós é estamos totalmente preparados para qualquer tipo de cenários, então temos infográfico com o funcionamento de 10% da capacidade, 20%, 30%, vários cenários, mas o setor público tem muito mais informação para determinar o momento”, diz.