O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e outros políticos reagiram, neste domingo, 29, à defesa feita, mais uma vez, do voto impresso pelo presidente Jair Bolsonaro.
Depois de votar, no segundo turno do Rio de Janeiro, o chefe do Palácio do Planalto voltou a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro. “Não podemos continuar votando e não tendo a certeza se aquele voto foi ou não para aquela pessoa. E lembrando, o voto impresso ninguém bota a mão no papel. Qualquer um pode pedir a recontagem naquela área. E você vai ter a comprovação do voto eletrônico com o voto no papel. É pedir muito isso? Quem não quer entender isso não sei o que pensa da democracia”, declarou o presidente.
Bolsonaro disse ainda que só venceu em 2018 porque teve “muito, mas muito voto”. “Tinha reclamações que o cara queria votar no 17 [número com o qual concorreu] e não conseguia. O que aconteceu em muitas sessões? Vão querer que eu prove, é sempre assim. O cara botava um pingo de cola na tecla 7, um tipo de adulteração”, afirmou, sem apresentar provas.
Em setembro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o voto impresso seria inconstitucional, não garantiria o sigilo do voto e nem traria maior segurança ao processo.
Apesar de defender um sistema de amostragem do voto impresso, Maia disse que não se pode querer colocar em xeque a segurança das urnas. “Não pode misturar o voto impresso com o ocorrido no primeiro turno [atraso na contagem], essa mistura acaba gerando uma insegurança num sistema que é muito seguro”, afirmou. “Eu sempre fui defensor de uma amostragem do voto impresso, mas tratar desse assunto agora é colocar em xeque um sistema que vem dando certo, que é muito seguro, não deveria estar na pauta agora”, completou o presidente da Câmara.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que só criticam o sistema de votação brasileiro aqueles que duvidam da democracia. “Não há nada que indique a urna eletrônica seja vulnerável. É um sistema seguro, que já foi comprovado, fiscalizado, checado e auditado”, declarou o tucano, após votar neste domingo.
Candidato a reeleição, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, concordou com o correligionário. “O voto eletrônico elegeu FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro. Não dá para colocar em dúvida um sistema que elegeu pessoas e partidos tão diferentes. Confio na Justiça Eleitoral”, afirmou o tucano.