A Pfizer anunciou nesta quarta-feira (20) que começará a imunizar neste mês mais de 1,4 mil voluntários que receberam placebo durante os testes no Brasil da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório em parceria com a BioNTech.
Em comunicado, a companhia informou que participantes do estudo em São Paulo (SP) e Salvador (BA) vão receber gratuitamente duas doses do imunizante.
“Os voluntários do estudo interessados em receber a vacina deverão entrar em contato com os centros e receberão todos os esclarecimentos necessários. Todos os participantes seguirão em acompanhamento no estudo, conforme estabelecido em protocolo”, informou.
A vacina da Pfizer foi a primeira a ser aprovada para uso emergencial no mundo entre os principais laboratórios ocidentais e está sendo usada desde o ano passado para imunizar pessoas em países como Reino Unido e Estados Unidos.
O governo brasileiro, no entanto, não fechou acordo para comprar doses do imunizante. O presidente Jair Bolsonaro e autoridades do Ministério da Saúde reclamaram publicamente do que consideram exigências exageradas da Pfizer para fechar contrato. O laboratório rebate, alegando que essas exigências estariam em linha com o praticado em outros países.
A Pfizer ainda não pediu sequer autorização para uso emergencial do seu imunizante no Brasil, ao contrário do que já ocorreu em outros países. Segundo a empresa, ela segue com o processo regulatório de submisão contínua de dados à Anvisa para obtenção do registro definitivo da vacina.
A vacina da Pfizer teve os resultados preliminares de fase 3 dos testes publicados em dezembro. Segundo os ensaios, a vacina teve 95% de eficácia.
Se uma vacina tem 95% de eficácia, isso significa que, nos testes, ela conseguiu reduzir em 95% a quantidade de casos que ocorreriam se as pessoas não tivessem sido vacinadas.
A vacina usa a tecnologia de mRNA, o RNA mensageiro, para induzir a imunidade ao coronavírus.