Os gastos do governo da Bahia com a pandemia da Covid-19 somaram R$ 1,85 bilhão só no ano de 2020. Já a prefeitura de Salvador tem o custo de R$ 60 milhões com medidas para enfrentar a doença. Os gastos devem aumentar com a abertura de novos leitos e contratação de pessoal.
O dinheiro investido no combate à doença inclui auxílios emergenciais, montagem de leitos, abertura de hospitais de campanha, contratação de equipes, estrutura para vacinação, entre outros.
De R$ 1,85 bilhão desembolsado pelo governo do estado, R$ 1,5 bilhão foi referente a montagem de leitos, equipes de profissionais e medicamentos. Os outros R$ 350 milhões foram gastos com cestas básicas para estudantes e centro de acolhimento.
Os grandes valores gastos estão ocorrendo durante um período em que a arrecadação pública diminuiu. O secretário da Fazenda de Bahia, Manoel Vitório, explica que não há como prever quando a situação da arrecadação irá melhorar.
“Essa é uma crise sanitária, onde a economia é um desdobramento. Fica muito difícil fazer uma previsão, já que não temos certeza de quando essa segunda onda vai passar, até porque o processo de vacinação está acontecendo muito aquém do desejado”, disse.
Já em Salvador, os R$ 60 milhões gastos mensalmente são divididos da seguinte forma: R$ 26 milhões com leitos (saúde e vacinação), R$ 14 milhões com transporte urbano, R$ 7 milhões com cestas básicas, R$ 6 milhões com assistência social (auxílios, por exemplo) e R$ 8 milhões em operações da Guarda Civil, campanhas publicitárias e outros gastos.
Em uma coletiva, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, contou que o rombo no orçamento da Saúde, para este anos, é de R$ 400 milhões, e que a despesa mensal vai aumentar.
Além disso, sem carnaval, shows, eventos e com poucos turistas, a capital baiana teve uma queda de 56% de arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) nos dois primeiros meses deste ano, comparado aos dois primeiros meses de 2020.
“A prefeitura vive dos recursos que arrecada com os impostos. A partir do momento em que as atividades econômicas ficam mais prejudicadas por causa da pandemia, para que a gente possa salvar as vidas, de fato a gente precisa ter uma atenção muito maior, uma preocupação em compatibilizar essa nossa receita, que é o que temos para gastar, com todas essas pressões na despesa”, falou Giovanna Victer, secretária da Fazenda de Salvador.
O secretário de Saúde da capital baiana, Leo Prates, exemplificou o aumento de gastos.
“Tínhamos três hospitais de campanha no auge da pandemia, e vamos para cinco na próxima semana. Tínhamos seis gripários, e agora temos seis gripários e duas tendas dando apoio em UPAs, fora manobras que nós fizemos, como o P.A. do Marback, onde aumentamos cinco leitos, um de sala vermelha e quatro clínicos. Isso tudo a gente fez aditivos a contratos. Essa equação que é difícil de fechar: queda brutal de arrecadação e aumento brutal em investimento”, falou.