A Bahia é o estado brasileiro com maior percentual de desempregados do Brasil. Os setores do comércio e serviços, que são os principais pilares da economia baiana, foram os mais afetados pela crise provocada pelo coronavírus.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, a taxa média de desocupação na Bahia ficou em 19,8%. Número é superior a de 2019, que foi de 17,2%. Ao todo são mais de 1 milhão e 300 mil pessoas desempregadas.
Para Mariana Viveiros, supervisora do IBGE na Bahia, o estado nunca esteve confortável com relação ao mercado de trabalho, mas o ano de 2020 alcançou recordes históricos.
“Um estado que nunca teve uma situação confortável em termos de mercado de trabalho, porém ele vem agora sendo mais duramente impactado e atingindo aí, no ano de 2020, recordes negativos históricos”.
Comércio e Serviços – O impacto é ainda mais pesado porque toda a economia da Bahia é baseada nos setores do comércio e serviços. O setor de serviços representa quase 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e teve queda de 13% no primeiro bimestre de 2021. Foi a maior queda do país.
Já o setor do comércio também teve queda, com as vendas do varejo recuando -3,8% no ano.
Demissões – Uma pesquisa feita em bares e restaurantes mostrou que 87,8% destes estabelecimentos já tiveram que demitir até 58,3% de todo o quadro de funcionários. E 90,7% das empresas devem realizar novas demissões em 2021.
Em 2020, dos setores pesquisados pelo IBGE, apenas o agropecuário teve saldo positivo nas contratações. A maior perda foi no Comércio: saldo negativo de 107 mil empregos.
O turismo, que segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), representa 7,5% do PIB do estado, teve o pior ano das últimas três décadas.
A ocupação média foi de 36,7% do leitos em 2020. Em 2019, o ano fechou com 63,53% de ocupação. Números que atingiram mais forte ainda justamente os que mais precisam.
Informalidade – Na Bahia, entre 2019 e 2020, de cada 10 pessoas que perderam emprego, oito estavam no mercado informal. A pandemia só piorou essa situação, atingindo em cheio essa categoria.
Segundo o IBGE, 90 % dos trabalhadores por conta própria do estado são informais. Mariana Viveiros avalia a situação.
“Essas pessoas, esses informais que são muito representativos, foram duramente afetados, porque primeiro que você tem negócios que fecham, os que demitem têm que reduzir suas equipes. Quem é mais fácil de demitir? O empregado sem carteira.”