25 de novembro de 2024
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Salvador tem 60% dos bairros com qualidade urbana de regular a ruim, diz estudo

Salvador tem 60% dos bairros com qualidade urbana de regular a ruim, diz estudo

Seis em cada dez bairros de Salvador têm ambiente urbano que vai de qualidade regular a muito ruim. Menos de dois a cada dez – 18,75 do total – têm situação muito boa ou excelente. Esses índices fazem parte de um novo indicador desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) em parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e participação da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).

Ao todo, cerca de 200 pesquisadores participaram da criação do Índice de Qualidade Urbano-Ambiental de Salvador (IQUASalvador), um índice que consegue traduzir a desigualdade socioeconômica na paisagem urbana de cada bairro de Salvador.

Segundo a Ufba, o indicador analisa as dimensões físico-natural, socioeconômica, de serviços e infraestrutura, de cultura e cidadania, e de bem-estar. Assim, há uma escala que vai de 0 (qualidade inexistente) a 1 (qualidade máxima). Os bairros soteropolitanos variam entre 0,34 a 0,83 entre seus bairros, alcançando uma média de 0,54.

Os fatores que são levados em consideração incluem desmatamento; aumento da temperatura de superfície; acesso à renda; qualidade do saneamento básico; a segurança e insegurança alimentar; a serviços, equipamentos urbanos e bens culturais; exposição a situações de risco (alagamento e deslizamento); e percepção sobre segurança e violência.

A desigualdade é maior nos extremos: enquanto 8,75% dos bairros são considerados excelentes em termos de qualidade ambiental urbana – um grupo que inclui Itaigara, Graça, Pituba, Caminho das Árvores, Patamares, Barra e Vitória – 6,62% têm um índice “muito ruim’. É o caso dos bairros de Águas Claras, Nova Brasília, Arenoso, Santa Luzia, Calçada, Comércio, Retiro, Ilha de Maré e Ilha de Bom Jesus dos Passos. A maioria foi avaliada na classe 4 do índice, considerada regular – 35% do total.

O indicador foi divulgado na última quinta-feira (14), quando os pesquisadores lançaram o livro do projeto pela Edufba.

“Nós temos várias cidades em uma cidade só”, afirmou a coordenadora do projeto, a professora Elisabete Santos, na live de lançamento do livro. “É uma cidade bonita, [com] um povo bonito, mas profundamente desigual e difícil de ser vivida”. Segundo ela, esse processo tem se acentuado ao longo dos anos. “A cidade de Salvador, hoje, é mais pobre, mais desigual e o seu ambiente urbano está mais degradado”, disse.




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