A nuvem de poeira que encobriu neste domingo (26) cidades do nordeste de São Paulo e do sul de Minas Gerais assustou os moradores. O fenômeno se dá por uma combinação de ventos intensos, tempo seco e onda de calor na primavera.
Nesta época do ano, o conhecido período de estiagem, que já dura quase três meses, contribuiu para o cenário assustador. Segundo relatos de moradores, a tempestade começou por volta das 17 horas, derrubou árvores e diminuiu a visibilidade nas estradas. De acordo com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, não houve ocorrências graves.
Os ventos fortes chegaram ao solo, encontraram um terreno seco e se expandiram pelas cidades. Daí a tempestade de areia que tomou conta da região.
Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul, trata-se de fenômeno comum em países da Ásia, onde é conhecido como “haboob”. Ele é causado por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação, os quais acabam criando um “rolo compressor” de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.
“Primeiro, vem a nuvem de temporal e tempestade, que gerou a corrente de vento mais horizontal e bagunçou todos esses detritos. Como faz meses que não chove naquela região, tem muita poeira, o solo e a vegetação estão secos, e as queimadas também contribuíram”, explicou Estael.
Funcionários do aeroporto de Ribeirão Preto disseram que o evento é relativamente comum nesta época do ano. Por lá, as rajadas chegaram a 92 quilômetros por hora. A umidade relativa do ar, segundo o Climatempo, estava em 19%.
As áreas de instabilidade no interior paulista e no sul mineiro já haviam sido registradas por imagens de satélite. No último sábado, pancadas isoladas e até a precipitação de granizo atingiram a Grande São Paulo.