Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Daniela Mercury, Márcio Victor, Carlinhos Brown, Roberto Mendes. Esses são alguns dos 260 nomes de diversos ritmos que dão depoimentos representativos sobre a música baiana, que podem ser conferidos na sala Quem Faz a Música da Bahia, no segundo andar do Cidade da Música da Bahia, equipamento cultural inédito no país. O museu foi inaugurado no último dia 23, no bairro do Comércio, entre dois grandes pontos turísticos da cidade: o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo.
Equipada com uma grande tela, a sala Quem Faz a Música da Bahia também dá acesso a uma edição de vídeo dinâmica em forma de roda de conversa, de maneira a ter um conteúdo interessante em qualquer momento que se entra nela. “São depoimentos que nós gravamos. É um bate-papo de todo mundo falando sobre música”, descreve o artista e arquiteto Gringo Cardia, que assina a curadoria do museu ao lado do escritor e antropólogo Antonio Risério. Juntos, eles montaram o acervo 100% audiovisual do Cidade da Música da Bahia em seis meses, em plena pandemia.
O segundo andar do Cidade da Música da Bahia é decorado em homenagem ao movimento Tropicália. Para isso, ilustrações gigantes de obras do artista baiano Genaro de Carvalho, referência da arte moderna, foram escolhidas para dar um colorido e homenagear o importante movimento musical dos anos 60.
O local abriga ainda a exposição História da Música na Bahia com nove cabines com 4 a 5 conteúdos de vídeos que podem ser escolhidos pelo celular. Com alta tecnologia, a visitação no museu pode ser feita por meio do próprio smartphone da pessoa, a partir do sistema do Cidade da Música da Bahia, acessado através de QR Code e mediante preenchimento do cadastro. O espaço oferece serviço de wi-fi gratuito e não é preciso baixar nenhum aplicativo.
Orquestra e nova música da Bahia – Além das salas Histórias da Música da Bahia e Quem Faz a Música da Bahia, o segundo andar do museu tem ainda outras duas salas especiais. Uma delas é intitulada A Magia da Orquestra e exibe conteúdo voltado para a música clássica, mostrando, em um vídeo de 45 minutos – dirigido por Gringo Cardia e apresentado pelo maestro Carlos Prazeres e pela modelo mirim Julia de Souza Dias -, como funciona uma orquestra passo a passo, quais os instrumentos a compõe e vídeo gravado com a Orquestra Sinfônica da Bahia.
“O Cidade da Música da Bahia traz um outro olhar de interatividade e participação, além da identificação, onde a cidade real, a periferia, vai conseguir se ver dentro desse novo equipamento. Os visitantes, com certeza, vão buscar outros momentos para conhecer um pouco mais, pois, a cada andar, a pessoa é surpreendida por novas possibilidades. O museu será um ponto turístico pulsante na cidade”, declarou o rapper baiano Vandal de Verdade, que participou do processo de curadoria dos artistas de áreas periféricas da capital baiana.
A sala A Nova Música da Cidade traz uma experiência imersiva com uma tela de 80 polegadas, na qual passam vídeos com grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música. O sistema de iluminação deste local acompanha as luzes do show ou clipe, dando a sensação ao visitante que ele está dentro da tela. “Aqui o público encontra novas tendências, novos artistas. É uma sala onde você pode dançar, se sentar no chão e ver os clipes com efeitos especiais de luz e fumaça”, descreve Gringo Cardia.
O museu – O Cidade da Música da Bahia fica instalado no emblemático Casarão de Azulejos Azuis, com 1.914,76 m² de área construída e quatro pavimentos. Entre as atrações estão loja, biblioteca, midiateca, café e exposições permanentes que contam o passado, presente e futuro da produção sonora da primeira capital do Brasil. As intervenções do local tiveram um investimento de R$ 19,2 milhões, parte dos recursos fruto de financiamento da Corporação Andina de Fomento (CAF), através do Programa de Requalificação Urbana de Salvador (Proquali).
A visitação pode ser agendada no site www.cidadedamusicadabahia.com.br, para os horários das 10h, 11h30, 13h, 14h30 e 16h, de terça-feira a domingo. O ingresso custa R$ 20 a inteira, com meia entrada, mediante comprovação, para idosos, estudantes e residentes de Salvador. Crianças de até 6 anos e pessoas com deficiência têm gratuidade.
O secretário municipal de Cultura e Turismo, Fábio Mota, ressalta que o Cidade da Música da Bahia se junta a outros equipamentos culturais da cidade, como a Casa do Carnaval, a Casa de Jorge Amado e os fortes Santa Maria e São Diogo, e que o momento é estratégico para democratizar a cultura da cidade:
“Reduzimos o valor dos ingressos de R$ 30 para R$ 20, a inteira. A meia entrada custa R$ 10 para estudantes e residentes em Salvador, com comprovação. Com isso, queremos aumentar o nível cultural e de conhecimento das pessoas que aqui moram, além de ser uma forma de propagar os equipamentos culturais para visitantes e parentes, trazendo sempre mais gente para Salvador”.
Foto: Igor Santos/Secom-PMS