Cientistas da Universidade de Medicina da Prefeitura de Kyoto, no Japão, fizeram estudos para comparar a capacidade de sobrevivência em superfícies do coronavírus original, primeiramente encontrado em Wuhan, na China no final de 2019, e as “variantes de preocupação” Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron. Ainda não revisada por pares, a pesquisa apontou que a Ômicron é a mais resistente no ambiente externo, sobrevivendo até 21 horas sobre a pele e até oito dias em superfícies plásticas.
O estudo japonês não conseguiu concluir até qual momento o vírus tem capacidade de infectar pessoas enquanto sobrevive nas superfícies, mas pode explicar o porquê de a nova variante ter substituído rapidamente a Delta.
Foi testada a capacidade de sobrevivência em uma placa de poliestireno (plástico) e em pele humana (coletada pela autópsia forense). As amostras foram fornecidas pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas de Tóquio.
Por ordem, as variantes que resistem mais tempo em superfície plástica são Ômicron (193,5 horas), seguido pela Alfa (191,3 horas), Beta (156,6 horas), Delta (114 horas), Gama (59,3 horas). A cepa original foi a que menos sobreviveu, por 56 horas.
Já o tempo de permanência na pele humana foi de 21,1 horas na Ômicron, seguida da Alfa (19,6 horas), Beta (19,1 horas), Delta (16,8 horas), Gama (11 horas) e a originária de Wuhan (8,6 horas).
Os pesquisadores testaram também a eficácia de desinfetantes à base de álcool, etanol e isopropanol contra o coronavírus. Todos foram eficazes contra o vírus, apesar de as variantes de preocupação terem sido mais resistentes do que a cepa original.
A avaliação mostrou a inativação completa de todos os vírus com exposição a 35% de etanol em 15 segundos na pele humana. Por isso, os pesquisadores recomendam fortemente que o protocolo atual de práticas de higiene das mãos continue para o controle de infecções, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Apesar da enorme capacidade de contágio da variante Ômicron, o diretor-geral da OMS foi otimista na segunda-feira (24). Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmo que “podemos acabar com a fase aguda da pandemia este ano e dar fim à Covid-19 como emergência sanitária mundial”, que é o nível de alerta mais alto da OMS.
No entanto, Adhanom alertou que é “perigoso supor que a Ômicron será a última variante e que estejamos no fim do jogo”, porque as condições são “ideais” para que outras variantes surjam, inclusive outras mais transmissíveis e virulentas.
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