O epidemiologista chinês Zeng Guang alertou nesta quinta-feira (27) que “seria uma catástrofe” se a China suspendesse ou relaxasse as restrições impostas à entrada no paÃs asiático, devido à pandemia de covid-19.
As declarações de Zeng foram feitas após o apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que paÃses suspendam ou aliviem restrições de viagem.
A OMS assegurou que, considerando as variadas respostas globais ao surgimento da variante Ômicron do novo coronavÃrus, as restrições já não são eficazes para conter a propagação internacional da pandemia.
A China mantém polÃtica de “zero casos”, que envolve a imposição de restrições nas entradas no paÃs, com quarentenas de até três semanas, testes em massa e medidas de confinamento seletivas quando um surto é detectado.
O paÃs mantém as fronteiras fechadas desde março de 2020.
Para Zeng, ex-chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, a posição da OMS “reflete, em certa medida, as opiniões de acadêmicos ocidentais” e “não leva em consideração a eficácia dos programas de prevenção lançados em outros paÃses de acordo com as suas caracterÃsticas”.
As autoridades chinesas também suspenderam por semanas voos procedentes do exterior, quando são detectados casos do novo coronavÃrus entre os passageiros. Os preços dos voos custam dez vezes mais do que custavam antes da pandemia.
O epidemiologista acrescentou que as medidas adotadas na China “revelaram-se eficazes” e que, dadas as circunstâncias, é inadequado relaxar ou suspender as restrições. “Isso teria consequências catastróficas”.
Zeng afirmou que paÃses ocidentais que estão suspendendo restrições são “obrigados a fazê-lo” devido à s “dificuldades sociais e econômicas internas” e que suas decisões não se baseiam em “julgamento cientÃfico sobre a saúde pública”.
“Se a pandemia piorar dentro e fora da China, o paÃs terá que tomar precauções extremas, não relaxar”, disse o especialista, assegurando que a imunidade de grupo “ainda não foi totalmente alcançada”.
Mais de 86% da população chinesa já receberam duas doses das vacinas que o paÃs administra contra a covid-19, segundo dados oficiais divulgados em meados deste mês pela Comissão Nacional de Saúde.
Especialistas apontaram a menor eficácia das vacinas chinesas – as únicas aprovadas no paÃs, que por enquanto não autoriza o uso de nenhum imunizante estrangeiro – ou a ausência de imunidade de grupo devido ao baixo número de infecções.
Esse cenário poderia levar a um colapso do sistema de saúde se os casos aumentassem.
A China anunciou a notificação de 63 novos casos de infecção por SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, 25 deles por contágio local.
O número total de pacientes ativos na China continental é de 2,36 mil, entre os quais sete em estado grave.
Desde o inÃcio da pandemia, 105,81 mil pessoas foram infectadas no paÃs e 4,63 mil morreram.
Fonte: Agência Brasil