O prefeito de Xique-Xique, Reinaldo Braga Filho (MDB), acusou o Governo do Estado de fazer uso político de cestas básicas entregues para desalojados e desabrigados no município em função da cheia do Rio São Francisco. Segundo Reinaldinho, como é popularmente conhecido, alimentos foram enviados ao município por meio de vereadores da oposição, desconsiderando cadastro e critérios solicitados pelo próprio governo
“Decretamos emergência no dia 11 de janeiro. Fizemos cadastro e relatório fotográfico de tudo. Enviamos toda a documentação através do sistema de informação da Defesa Civil estadual e da União. Mas, para a nossa surpresa, o Governo do Estado está enviando cestas básicas para Xique-Xique através dos vereadores de oposição: sem cadastro, sem critérios, só chegam nos lugares e entregam as cestas”, relatou o prefeito, ao informar que o município tem 1.600 famílias desabrigados e cerca de 100 desalojadas.
Segundo o prefeito, ao que se sabe, a entrega das cestas ocorreu sem cadastro e sem critério, o que não garante que os alimentos cheguem às pessoas que foram afetadas pelas cheias do São Francisco. Reinaldinho informou que mandou mensagens ao governador Rui Costa (PT) e ao secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano, que inclusive se reuniu de maneira virtual com vereadores da oposição na cidade.
Para Reinaldinho, a forma como foi feita a entrega das cestas aponta para um uso político da máquina para beneficiar aliados políticos do governo no município. “O fato é que o Governo do Estado mandou ajuda aos desabrigados da enchente através de políticos partidários. Mandam os municípios fazerem papel de besta preenchendo formulários e sistemas. Para quê?”, protestou o prefeito.
Ele informou ainda que o governo não enviou nada ao município por meio da Defesa Civil municipal. “Os municípios vão a campo, fazem relatório fotográfico, georreferenciamento, cadastros, alimentam o sistema nacional e estadual da Defesa Civil, mas eles fazem tudo de modo escondidos, através de políticos partidários, sem nenhum tipo de critério, sem nenhum tipo de prestação de contas, relatório, nada”, criticou.
Foto: Divulgação
