O cineasta baiano Geraldo Sarno morreu nesta terça-feira (22) aos 83 anos. O diretor de filmes como Viramundo (1965) e Sertânia (2020) estava internado no Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Ele dirigiu mais de 15 filmes em sua carreira. A causa da morte não foi revelada.
Nascido em Poções, Sarno era filho de imigrantes italianos e, em sua filmografia, abordava com frequência temas como a migração dos nordestinos, manifestações religiosas e cultura popular. Sarno era amigo de Glauber Rocha desde a infância e costumava projetar filmes em casa com ele. Depois de se formar em direito, Sarno foi estudar cinema em Cuba.
Viramundo, que se tornou um clássico, mostra a chegada de nordestinos à cidade de São Paulo. Os depoimentos dos migrantes é acompanhado de músicas com letras de José Carlos Capinan. A busca por trabalho é o grande tema apresentado, e a partir dele, é possível perceber percursos de vidas que se cruzam em uma nova cidade, onde desemprego, caridade e religião ocupam a ordem do dia.
Numa entrevista ao site Papo de Cinema, durante o lançamento de Sertânia, Sarno comentou por que aborda questões como cangaço e migração: Eu abordo o cangaço porque é um universo próximo do meu conhecimento, da minha sensibilidade. Isso vale não apenas para o cangaço, mas para o sertão. Como trabalhei durante muitos anos fazendo documentários sobre o sertão, e pelo fato de ter nascido no sertão da Bahia, tenho uma compreensão do homem sertanejo.
Foto: Divulgação