24 de novembro de 2024
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Indígenas entram em confronto com segurança da Governadoria em Salvador

Indígenas entram em confronto com segurança da Governadoria em Salvador

Um grupo de indígenas foi agredido pela Polícia Militar no início da tarde desta terça-feira (26), em frente à Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), ao protestar por melhorias na educação. Eles tentaram adentrar a sede do órgão. A mobilização reúne professores da carreira especial e indígenas de diversas etnias com representação na Bahia. Eles integram um grupo maior, de cerca de 1800 indígenas, que estão acampados na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) com o intuito de discutir com a gestão estadual e o Legislativo questões relativas aos territórios, educação e saúde indígena.

A professora Verônica Pataxó, argumentou que a mobilização desta manhã teve a educação como pauta principal. Ela acusa o governo do Estado de cometer racismo institucional.

“A nossa reivindicação é por valorização e para impedir que o governo do Estado do PT possa parar com o racismo institucional que vem cometendo contra a categoria de professores indígenas. Nós recebemos menos do que os professores não indígenas, e sem nenhuma explicação jurídica. O governo está sendo racista no momento em que diferencia funções iguais com pessoas de mesma formação. Professores que têm a mesma licenciatura, que tem mestrado e doutorado e recebem menos do que o professor da carreira não indígena”, denunciou em entrevista à TV Record.

O clima de tensão entre indígenas e a segurança do órgão foi crescendo ao longo da manhã. Em um vídeo é possível observar o momento em que um grupo de indígenas tenta avançar na área externa do órgão, o qual está protegido por grades para evitar o acesso do coletivo. Uma parte das grades é derrubada e a segurança, formada por policiais militares, revida com gás de pimenta.

Representações de diversas etnias e entidades de defesa indígena estão na sede da Governadoria para negociação de pautas com a gestão estadual.

Por meio de nota, o Governo da Bahia comunicou que um policial ficou ferido. “O serviço de guarda policial foi acionado e houve um princípio de confusão em que um PM ficou ferido. Os manifestantes tentaram entrar no prédio pela porta principal e, ao serem contidos, reagiram arremessando pedras e outros objetos, danificando parte de uma porta de vidro. Imediatamente, teve início uma rápida negociação com as lideranças do movimento para evitar novos conflitos. A Casa Militar dialogou com o grupo e conseguiu que os indígenas recuassem da ideia de invasão.”

As imediações da Governadoria foram fechadas pela segurança, que não permitiu o acesso da imprensa.

Veja na íntegra a nota encaminhada pelo governo:

Um policial ficou ferido na manhã desta terça-feira (26), quando o Governo do Estado foi surpreendido por um grupo de indígenas que tentou invadir a sede, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O serviço de guarda policial foi acionado e houve um princípio de confusão em que um PM ficou ferido. Os manifestantes tentaram entrar no prédio pela porta principal e, ao serem contidos, reagiram arremessando pedras e outros objetos, danificando parte de uma porta de vidro.

Imediatamente, teve início uma rápida negociação com as lideranças do movimento para evitar novos conflitos. A Casa Militar dialogou com o grupo e conseguiu que os indígenas recuassem da ideia de invasão.

O Governo do Estado ressalta que já havia programada e foi mantida uma série de reuniões agendadas com os indígenas para discussão de uma pauta de reivindicações, entre elas avanços no plano de carreira dos docentes e obras de infraestrutura nas aldeias.

A Secretaria de Relações Institucionais e o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, atenderam – ainda na recepção – uma comissão com o objetivo de dar continuidade aos trâmites das negociações que envolvem os interesses indígenas e a pronta resposta do Estado.

Foto: Reprodução TV Bahia




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