27 de novembro de 2024
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Autor do funk “Vai novinha” proíbe filhas de ouvir a música

Autor do funk “Vai novinha” proíbe filhas de ouvir a música

Vai lá, novinha… Mas não convide para a farra a filha de um dos responsáveis pelo funk que, há pouco mais de dez anos, foi fundamental para transformar o adjetivo em substantivo. Mais do que isso, em criar uma nova acepção da palavra que popularizou-se como sinônimo de jovens com disposição para o sexo. MC Frank, de 39 anos, que gravou Vai novinha com o Bonde dos Magrinhos, tenta manter sua própria novinha de 15 anos longe das canções que exaltam performances sexuais de adolescentes.

O site da revista Piauí informa que ele proíbe a filha de escutar, no computador ou no mp3 player, “esse tipo de música”. Uma mudança e tanto para o artista que prometia, em suas canções, deixar a parceira “maluca e suadinha” e cantava que daria “várias linguadinhas” em partes do corpo da moça. Pai de quatro filhos, ele avisa que a mesma interdição será válida para sua outra menina, que tem 7 anos.

“Não quero que elas entrem nisso. Abomino essas músicas, quero que fiquem longe. Quando ela [a mais velha] tenta ouvir, eu tiro na hora”, contou, na varanda de sua casa em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Contraditório? Ele admite que sim. Tanto que, num primeiro momento, disse que não cantaria mais o tal funk – depois até mudou de ideia e disse que, se o público pedisse, poderia cantar. No primeiro contato com a Piauí, por WhatsApp, Frank comentou que nem sequer lembrava do antigo sucesso.

Ele e o aposentado MC Loscar estão entre os primeiros artistas a disseminar a palavra que, hoje, é campeã de buscas de brasileiros em sites pornô, novinha que deixou de lado sua função adjetiva para se tornar um substantivo concreto e desejado.

Dificuldades relacionadas ao uso excessivo de drogas e bebidas fizeram com que ambos mudassem de cartilha – se tornaram evangélicos. MC Frank hoje alterna a carreira de funkeiro com orações em um templo da Assembleia de Deus. Loscar, ou Carlos Cesar Vieira, seguiu os passos da mãe na direção da Igreja Universal do Reino de Deus. Ele abandonou a carreira artística e hoje é proprietário de uma empresa especializada em trabalhos gráficos no Saara, região de comércio popular no Centro do Rio.




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