Na despedida da icônica coreografia de “Baile de Favela”, Rebeca Andrade voltou ao ginásio em Liverpool para conquistar sua segunda medalha no Mundial de Ginástica Artística neste domingo (6) e marcar ainda mais seu nome na história.
A brasileira de 23 anos levantou a torcida local e garantiu a medalha de bronze no solo, com nota de 13.733. O ouro ficou com a britânica Jessica Gadirova e a medalha de prata foi para a americana Jordan Chiles.
Fechando as competições nesta edição do Mundial, o brasileiro Arthur Nory brilhou na barra horizontal e garantiu medalha de bronze. Nory abriu com uma linda apresentação e nivelou por cima, com nota de 14.466. Com isso, o Brasil bate seu recorde de medalhas em Mundiais, somando três nesta edição. O ouro nas barras foi para o americano Broody Malone (14.800) e a prata ficou com o japonês Daiki Hashimoto (14.700).
Última atleta do solo, Jessica Gadirova garantiu o ouro com nota de 14.200. A prata ficou com Chiles, que teve nota de 13.833. Jade Carey, também dos Estados Unidos, pediu revisão da nota e perdeu pontos, ficando com o bronze, empatada com Rebeca Andrade, 13.773. O quinto lugar foi para a holandesa Nomi Visser A gêmea Jeniffer Gadirova ficou em sexto, a italiana Martina Maggio foi a sétima e a japonesa Shoko Miyata fechou na oitava posição.
“Quando você pede recurso, tem que ter muita certeza. Eu também pedi recursos e acabaram não validando o meu. O dela abaixou a nota, mas estou no pódio, não vou reclamar não”, comentou Rebeca sobre a revisão de nota de Carey.
Rebeca mostra que é uma ginasta completa e alcança medalhas em quatro categorias diferentes somando todos os Mundiais que disputou, no solo, individual geral, salto e barras assimétricas. Neste domingo, Rebeca ainda disputou a final da trave, mas uma queda comprometeu as chances de medalha para a brasileira na categoria. No solo, Rebeca já confirmou que “Baile de Favela” deve começar a ser substituída por outras coreografias a partir de agora.
Rebeca encerra o mundial como medalhista de ouro no individual geral de forma inédita. No sábado, a guarulhense ainda disputou a final das barras assimétricas, mas não conseguiu medalhas. Com duas medalhas, Rebeca consegue igualar o desempenho do Mundial de 2021, em Kitakyushu, no Japão, onde venceu o ouro no salto e a prata nas barras assimétricas.
Flávia Saraiva foi motivo de dúvida durante todo o dia de competições por causa de dores no tornozelo. Após chegar a ser confirmada na final do solo e momentos antes da disputa, a brasileira voltou a sentir dores, foi avaliada e confirmou que não teria condições de disputar a final. Ela se lesionou logo no primeiro dia de competições, durante as classificatórias. Flavinha foi substituída pela japonesa Shoko Miyata, que teve nota de 13.066.
Rebeca Andrade foi a terceira competidora a vir para a trave. A brasileira acabou sofrendo uma queda na primeira tentativa de um mortal layout, mas retornou para a trave e mostrou não se abalar Rebeca fez um ótimo complemento da série e ficou com nota de 12 733. A queda tirou as chances de medalha da brasileira na primeira final do dia. Rebeca terminou na oitava colocação do Mundial na trave.
O resultado da trave teve domínio japonês com duas medalhas. Watanabe Hazuki se sagrou campeã e a compatriota Miyata Shoko levou a medalha de bronze. Elsabeth Black, do Canadá, ficou com a prata e garantiu mais uma medalha para a sua coleção.
Masculino – As competições começaram com Caio Souza no salto masculino. O brasileiro teve dificuldades na aterrissagem e ficou com nota de 14.333. Na segunda tentativa, Caio subiu a nota e fez 14.500, uma média de 14.416. O brasileiro terminou como o quinto melhor saltador. O ouro foi inédito para a Romênia, com Artur Davtyan. Carlos Yulo, das Filipinas, ficou com a prata, e o ucraniano Igor Radivilov ganhou a medalha de bronze.
“Esta final estava bem disputada, como todas são. Eu saí feliz que desta vez acertei, esta é minha terceira final em Mundial e Olímpico. Eu havia errado nas outras duas e estou bem feliz com este resultado. Agora é chegar em casa, descansar e começar a pensar no próximo título. Este Mundial foi bem proveitoso”, afirmou o finalista Caio Souza.
O dia ainda teve um ouro com nota altíssima nas barras paralelas para o chinês Zou Jingyuan, que atingiu 16.166 pontos após uma apresentação espetacular. Lukas Dauser, da Alemanha, ficou com a prata. Carlos Yulo, das Filipinas, completou o pódio com o bronze.
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