O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teceu uma série de elogios ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que teria se colocado como presidenciável para o ano que vem durante uma entrevista à revista Veja. Sobre os projetos em discussão na Casa, o deputado ainda disse que trabalha para que a reforma da Previdência seja aprovada ainda neste ano e acredita que o teto salarial para todos os servidores do Executivo Federal pode ser votado em novembro.
Sobre a possÃvel candidatura do ministro, Maia afirma que ele “é um grande quadro”. “Sendo vencedor (da eleição de 2018), tenho certeza de que em quatro anos ele entregará o Brasil melhor do que ele vai receber. Se for o candidato vencedor, ele será um bom presidente. Não tenho dúvida nenhuma”, disse a jornalistas após participar do Seminário Internacional de Direito do Trabalho, realizado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).
Maia comentou, porém, que a situação sobre a possÃvel candidatura do ministro ainda está nebulosa. “Parece que sim (que será candidato), depois disse em uma nota que não… é confuso”, avaliou. “Ele tem de decidir junto com o partido dele (PSD). Ver que tipo de aliança ele vai construir. Porque eleição presidencial no Brasil é algo complexo. Primeiro, a gente tem de saber se vai ser e em qual momento ele vai decidir isso”, comentou.
Sobre seus planos para o ano que vem, o presidente da Câmara já diz há algum tempo que será candidato a deputado federal. “Acho que eu ajudo bastante na Câmara, posso continuar ajudando”, analisou. Quando questionado sobre poderia se candidatar ao governo do Estado, ele disse que os dois ex-prefeitos do Rio são seus candidatos. “Claro, de preferência, sempre o César Maia”, citou em referência ao pai. “Acho que, nessa crise que o Rio vive, a capacidade de gestão dele (é um diferencial). Talvez seja o melhor gestor público que o Rio tem. E tem a confiança do servidor, que é uma coisa difÃcil na polÃtica brasileira”, avaliou.
Previdência – Maia defendeu que a aprovação da reforma da Previdência seja feita ainda neste ano, se possÃvel, ou no inÃcio do ano que vem. “Eu trabalho para que saia o mais rápido possÃvel (a reforma). Eu não sou dos pessimistas, eu sou dos otimistas. Eu acho que para o Brasil é melhor que a Previdência saia logo, independentemente de qualquer coisa. Eu vou trabalhar por ela, pela reforma do Estado brasileiro”, afirmou.
Segundo o presidente da Câmara, sem a realização da reforma da Previdência, não será possÃvel fazer promessas na campanha do ano que vem, que não poderão ser cumpridas por falta de recursos. “A gente não pode entrar na eleição mentindo para o eleitor. Ninguém pode ir para o horário eleitoral dizendo que vai ter dinheiro para a Educação, dinheiro para a Ciência e Tecnologia, para Saúde”, disse.
Maia afirmou que faltará recursos para essas áreas porque a Previdência social já compromete 60% dos gastos obrigatórios do governo e vai caminhar para 70%, 80% “até consumir 100% do orçamento”. “Eu tenho dito que a reforma do Estado é um dos pilares da minha gestão na Presidência da Câmara. E a base principal da reforma do estado brasileiro é reforma da Previdência”, argumentou.
Sem as novas regras, disse o parlamentar, o impacto de todos os outros temas é irrelevante. “O impacto da Previdência é tão grande que tudo o que você fizer para economizar, tudo que você fizer para ampliar um pouquinho de investimento nas áreas fundamentais, você vai ser engolido no dia seguinte pelas despesas previdenciárias”, comparou.
Para o presidente da Câmara, a sociedade “tem de entender”, quando critica as mudanças, que elas estão focadas, principalmente, nos que ganham mais. “Quando a gente fala que falta dinheiro para a Ciência e Tecnologia, de R$ 3 bilhões, de R$ 5 bilhões e de R$ 8 bilhões, a gente esquece que é porque a Previdência brasileira cresce e consome cada vez mais orçamento”, disse. Ele afirmou que esse fenômeno faz com que o Estado brasileiro deixe de investir em suas áreas principais. “O Brasil vai investir neste ano R$ 30 bilhões. Isso é próximo do ridÃculo (de tão pouco). Isso acontece porque estamos espremidos, porque tem o teto (do aumento dos gastos públicos), graças a Deus.”