29 de março de 2024
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Prefeitura de Salvador capacita profissionais para atendimento a crianças com microcefalia

Prefeitura de Salvador capacita profissionais para atendimento a crianças com microcefalia

A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), realizou nesta sexta-feira (17) a capacitação dos profissionais que trabalharão no Centro Dia, uma unidade de referência que atuará de forma inédita na proteção e cuidado para crianças com microcefalia de 0 a 6 anos. A ideia é atuar de forma compartilhada com os pais na prestação de cuidados para crianças com microcefalia e outras deficiências, garantindo, ao mesmo tempo, que essas famílias possam desfrutar de uma rotina que lhes permitam trabalhar, estudar e realizar outras atividades convencionais.

Salvador terá dois Centros Dia. O primeiro, ainda em fase de implantação, ficará no Parque Bela Vista, nas imediações do Shopping da Bahia, e será inaugurado na primeira semana de dezembro. O segundo, cujo bairro ainda será definido, abrirá as portas em 2018. O espaço terá sistema de gestão por cofinanciamento, assemelhando-se ao dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop).

A criação do Centro Pop de Salvador atende à demanda criada pelo alto índice de casos de microcefalia notificados na cidade nos últimos três anos. “Houve uma grande demanda na cidade por uma unidade de assistência para esse tipo de situação. Diante disso, o ministério decidiu implantar na capital baiana um centro cuja atenção fosse voltada para os pacientes com a doença, mas que pudesse também atender outras demandas referentes a deficiências associadas”, explica Darla Rodrigues, técnica da Semps para Pessoas com Deficiência.

O espaço contará com psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores sociais, técnicos de referência e assessoramento técnico de representantes de instituições de assistência social da capital, durante 10 horas diárias, sem intervalo. As crianças terão suporte alimentar e um plano individual no serviço. A unidade conta ainda com salas de multiatendimento, salas de atendimento individual e auditório para eventos internos e externos.

Capacitação – O curso de apresentação dos serviços que serão prestados na unidade foi ministrado pela assessora do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), Deusina Lopes da Cruz, no auditório da Faculdade Maurício de Nassau, no Centro da capital baiana, e formou 50 profissionais.

“A partir do momento em que o Estado compartilha os deveres com a família, é possível evitar em grande escala os maus tratos, a negligência e o abandono dessas crianças, assim como a alta taxa de entrega para adoção e serviços de acolhimento. Enfim, o serviço abraça uma trajetória de necessidades que, se tratadas desde o início, evita agravos e outras situações absurdas, que acabam fragilizando as famílias. São pessoas que necessitam cada vez mais da intervenção do poder público a fim de minimizar fortes agravantes, como a pobreza e a gravidade do quadro de saúde”, informa.

Desde 2015, Salvador registrou 252 casos de microcefalia. São crianças que demandam atenção multidisciplinar, necessitando de cuidados da área de saúde, educação infantil e assistência social. Além dos cuidados básicos, a unidade tem por objetivo o fortalecimento das famílias para que assumam o dever de proteger as crianças, ampliando os cuidados.

“Essa estrutura de suporte, apoio e compartilhamento de cuidados é o papel da assistência social. A proteção funciona em um ou dois turnos, com uma equipe formada por cuidadores sociais que atuarão de forma conjunta com essa família, que tanto pode permanecer no espaço durante a estadia da criança, como pode cumprir alguma agenda pessoal relativa a trabalho, estudo ou capacitação. No Centro Dia, a família é tão usuária do espaço e seus benefícios quanto o filho. Ao perceber que a criança está estável em todas as esferas, a família tem maior liberdade para deixar o menor no espaço e cumprir suas demais obrigações”, prossegue a técnica do MDSA.




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