Em pouco tempo, Salvador deve retornar ao posto de capital nacional dos naufrágios. Isso porque a Secretaria de Turismo do estado da Bahia (Setur) publicou um edital para contratação de estudos que apontem localizações propÃcias para realização de naufrágio artificial de embarcações na BaÃa de Todos-os-Santos.
A iniciativa visa incentivar o desenvolvimento do turismo náutico, ampliando a oferta de atrativos aos turistas, com fomento ao segmento do turismo de mergulho ou subaquático.
O chamado afundamento assistido de embarcação possibilita a formação de recifes artificiais, que favorecem o habitat e se convertem em atividade turÃstica para visitantes, mergulhadores profissionais e estudiosos do ambiente marinho.
A atividade contribui diretamente para o desenvolvimento do ecoturismo, servindo de instrumento para diversificação dos serviços turÃsticos capazes de fortalecer a economia baiana.
Visibilidade – De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens Bahia (Abav-BA), Ângela Carvalho, os naufrágios serão grandes aliados para a retomada para o crescimento da economia na região da BaÃa de Todos-os-Santos.
“O turista, quando decide visitar uma cidade, ele já vem informado do que a região oferece de atividades. Então, disponibilizando mais um atrativo turÃstico para Salvador, a maioria dos setores tende a ganhar. Devemos saber que tem um público interessado nesse tipo de atividade”, diz a presidente.
Segundo informações da Setur, todo o processo de afundamento dos navios deve seguir as diretrizes para evitar o impacto ambiental na região.
O diretor da Marina de Aratu, Antônio Barreto, pontuou sobre as embarcações que devem ser naufragadas. “Acredito que sejam os antigos ferries Monte Serrat e Ipuaçu”, disse Barreto.
A empresa Wilson Sons, que opera o Porto de Salvador, demonstrou interesse em participar. No entanto, está sendo pesquisado, internamente, qual embarcação será disponibilizada para o naufrágio.
O diretor da empresa de mergulho Bahia Scuba, Gilson Galvão, informou que a atividade de recifes naturais é praticada em locais de crescimento turÃstico, como na cidade de Recife, em Pernambuco. A capital é famosa pelas atividades de mergulho, principalmente pelos naufrágios artificiais.
“Há dez anos, Salvador era considerada como a capital nacional dos naufrágios. Foi quando Recife começou a movimentar o turismo de mergulho e tomou o posto que era da capital baiana”, explica o diretor.
Retorno – Ele ressalta que o turismo subaquático é uma atividade que traz lucratividade para o setor turÃstico e econômico. “O mergulhador, quando planeja visitar um local para atividades subaquáticas, ele aproveita todas as áreas da cidade, não apenas o turismo. É uma atividade seletiva que precisa de um poder aquisitivo para os gastos”, diz Gilson.
Gilson ainda informa sobre o perÃodo em que os navios passam a ser integrados ao ambiente marinho. “Temos a baÃa mais rica e limpa de toda a costa. Além disso, não é necessário ir tão longe para aproveitar. Dentro de um mês já é possÃvel observar o recife artificial”, relata.