O diplomata João Carlos de Souza Gomes chefiava desde 2015, a Delegação Permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Indicado por Michel Temer em outubro de 2016, Gomes foi obrigado a abandonar o cargo por denúncias de assédio sexual a diplomatas subordinadas a ele na sede da organização em Roma.
De acordo com a revista IstoÉ, que revelou o escândalo, Gomes foi denunciado por servidoras da FAO. O caso chegou até o gabinete do chanceler Aloysio Nunes, que determinou o retorno imediato do embaixador ao Brasil e instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a denúncia. Embora possa ser expulso do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos deve ser submetido a aposentadoria compulsória, procedimento corriqueiro a funcionários que comentem delitos no Itamaraty.
As identidades das vítimas não foram reveladas e o caso é apurado pela Corregedoria do Itamaraty. Enquanto isso, o embaixador segue no Rio de Janeiro. Segundo a revista, ele não teve nenhum corte de salário e, mesmo não estado em serviço no exterior, mantém o recebimento de diárias.
“Como ele foi chamado a serviço, não perde nada. É como se ele tivesse sido convocado para uma nova missão. Porém, temporária”, afirmou uma fonte do Itamaraty citada pela publicação.
Gomes já foi embaixador na Venezuela e no Uruguai. Também já atuou na representação brasileira junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O Itamaraty afastou o diplomata, mas ainda não se manifestou publicamente sobre a questão.