24 de abril de 2024
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Polícia venezuelana mata piloto que protestou contra Maduro

Polícia venezuelana mata piloto que protestou contra Maduro

A operação da polícia venezuelana para capturar Óscar Pérez, piloto rebelde perseguido pelo governo do presidente Nicolás Maduro desde que sobrevoou e supostamente atacou prédios públicos de Caracas, terminou com sua morte, disseram altas fontes do governo venezuelano à CNN. O governo não se pronunciou oficialmente.

A operação para capturar Pérez havia deixado ao menos dois policiais mortos, além de outros rebeldes, e mais cinco detidos, segundo autoridades. Forças de segurança cercaram na manhã desta segunda-feira uma casa onde estava o dissidente, desencadeando várias horas de tensão. Pérez chegou a publicar um vídeo nas redes sociais, no qual se ouvem os dois lados negociando a sua entrega, enquanto o seu rosto está coberto de sangue. O chavismo, no entanto, o acusa de ter aberto fogo primeiro contra as autoridades.

Dentre os mortos, estão dois policiais e um número ainda não conhecido de opositores, a quem o governo venezuelano chama de terroristas. Não se conhece o estado de Pérez por enquanto. Cinco agentes de segurança estão gravemente feridos.

As autoridades dizem que o grupo já foi desmantelado. “Estes terroristas, que estavam fortemente aparatados com armamento de alto calibre, abriram fogo contra os funcionários encarregados da sua captura, com o muito lamentável saldo de dois funcionários da Polícia Nacional Bolivariana e cinco gravemente feridos”, diz um comunicado do Ministério do Interior e Justiça.

Em imagens publicadas nas redes sociais, Pérez — que já foi inspetor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cipc) da Venezuela — mostra o rosto coberto de sangue, enquanto se escutam detonações ao fundo. Ele fala para a câmera, pedindo liberdade para a Venezuela.

“Dissemos que íamos nos entregar, e não querem deixar que nos entreguemos. Querem nos assassinar”, diz Pérez no vídeo. “Esta luta é por vocês. Não o fizemos por nós, e sim por vocês, suas famílias e seus filhos”.

Pelo Twitter, a ministra de prisões do governo de Maduro, Iris Varela, confirmou a operação de captura: “Agora vem o show de choro, que covarde quando se vê preso como um rato!”, escreveu. Enquanto isso, o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, ofereceu uma versão diferente dos fatos, acusando Pérez de ter aberto fogo primeiro contra os agentes de segurança.

“O terrorista Óscar Pérez atacou aqueles que o cercam, ferindo dois funcionários da Força de Ação Especial (Faes). Os corpos de segurança responderam ao fogo”, disse Cabello.

Também pelas redes sociais, a mãe de Pérez publicou um vídeo, no qual fez um apelo em favor do filho e acusou as forças de segurança de truculência: “Qualquer coisa que aconteça será responsabilidade de vocês”, escreveu.

Pérez roubou um helicóptero no fim de junho e supostamente atacou prédios públicos em Caracas contra Maduro. Desde então, ele tem divulgado vídeos de protesto contra o presidente, ameaçando Maduro e prometendo liberar o país a partir da resistência do povo, enquanto vive na clandestinidade. Em dezembro, voltou a aparecer num roubo de armas contra uma unidade militar, onde amordaçou policiais.




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