20 de abril de 2024
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Ex-vice-prefeito investigado na Lava Jato é assassinado em Candeias

Ex-vice-prefeito investigado na Lava Jato é assassinado em Candeias

O assassino do empresário José Roberto Soares Vieira, alvo da 47ª fase da Operação Lava Jato, o procurou três vezes em sua transportadora antes de cometer o crime, segundo informações da Polícia Civil. Ex-vice prefeito de Ourolândia, na Bahia, ele foi executado nesta quinta-feira (18) a tiros na porta do estabelecimento, na Fazenda Mamão, Rodovia Ba-522, na cidade de Candeias, localizada na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O depoimento de Vieira serviu aos investigadores para rastrear pagamentos de R$ 2,3 milhões ao ex-gerente da Transpetro José Antonio de Jesus, preso preventivamente por determinação do juiz federal Sérgio Moro.

“Era a terceira vez que ele ia até o local e esperava pela chegada de José Roberto, oferecendo-se para capinar um terreno no local”, afirmou uma das testemunhas aos investigadores.

A Polícia Civil da Bahia diz não descartar nenhuma linha de investigação e analisa câmeras de segurança da transportadora pertencente ao político petista.

Segundo os investigadores, José Roberto foi executado a tiros por um homem, cuja identidade está sendo investigada pela polícia, que o procurou na transportadora sob o pretexto de estar buscando emprego.

Equipes da 20ª Delegacia de Polícia de Candeias, Bahia, ouviram testemunhas do crime. O motorista, o porteiro e outro funcionário da transportadora já foram ouvidos pela delegada Maria das Graças, que pretende ouvir familiares e colegas de trabalho, ainda nesta semana.

O político chegava acompanhado do motorista, depois de deixar o carro em uma concessionária, onde ele seria vendido, quando foi abordado pelo assassino.

Segundo a Polícia Civil, a investigação apurou que José Roberto pretendia adquirir um veículo blindado.

“Não descartamos nenhuma linha de investigação”, pontuou a titular. As imagens serão analisadas pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Lava Jato – No dia 21 de novembro de 2017, data da Operação Sothis, 47ª fase da Lava Jato, Vieira, que foi alvo de buscas e apreensões, prestou depoimento à Polícia Federal e afirmou que seu ex-sócio e agente público recebia pagamentos de empresas contratadas por subsidiárias da Petrobras sem ter prestado qualquer serviço. O Ministério Público Federal chegou a pedir sua prisão temporária, indeferida pelo juiz federal Sérgio Moro ao deflagrar a operação. Ele chegou a ter seus bens bloqueados.

O ex-gerente da subsidiária da Petrobras Jose Antonio de Jesus foi preso no dia 21. A promotoria suspeita de que José Antonio, seus familiares e intermediários operacionalizaram o recebimento de R$ 7 milhões de propinas pagas pela empresa NM Engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014.

Ex-sócio do ex-Transpetro na JRA Transportes, Vieira ainda disse que a empresa fazia transferências para os parentes do ex-gerente e que era usada para bancar despesas pessoais de Jesus.

Com base em seu depoimento, o Ministério Público Federal rastreou pagamentos de R$ 2,3 milhões supostamente em benefício do ex-gerente da Transpetro e pediu a conversão da prisão temporária – por cinco dias prorrogáveis – em preventiva, por tempo indeterminado.

Embasado na delação premiada do empresário Luiz Fernando Nave Maramaldo, que entregou notas fiscais dos pagamentos, e em quebras de sigilo telefônico, telemático e fiscal, o Ministério Público Federal traçou o caminho das supostas propinas desde o caixa da NM Engenharia até a conta bancária do agente público aposentado e de seus parentes.

O Ministério Público Federal sustenta que a JRA Transportes e a Sirius, ligadas ao ex-gerente da Transpetro, eram usadas para o recebimento de propinas da NM.

Além da NM Engenharia, o ex-sócio de José Antonio revelou à Polícia Federal que outras prestadoras de serviços de subsidiárias da Petrobras faziam pagamentos à JRA, como foi o caso da Meta Manutenção. De acordo com José Roberto, os pagamentos da Meta eram ainda maiores do que os da NM Engenharia e nunca houve prestação de serviços.

Foto: Reprodução do YouTube




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