23 de novembro de 2024
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Livramento de Nossa Senhora tem cerca de 400 casos de vômito e diarreia

Livramento de Nossa Senhora tem cerca de 400 casos de vômito e diarreia

Ocorrências de vômito e diarreia, ainda sem explicação, têm preocupado moradores da cidade de Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste da Bahia. Entre a primeira e a terceira semanas do mês de janeiro, 394 casos foram registrados pela Secretária de Saúde do município. Os dados foram confirmados ao G1 pelo secretário Gerardo Júnior, nesta quinta-feira (25).

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, por sua vez, que foi notificada sobre a ocorrência de 409 casos de vômito e diarreia e que a situação pode ser classificada como surto.

Do total de casos contabilizados pela prefeitura, 242 foram só na terceira semana do mês. Apesar do volume, o secretário afirma, no entanto, que não considera que as ocorrências caracterizem uma epidemia. Ainda não há informação do que pode ter causado o mal estar nos moradores que apresentaram os sintomas.

Um morador da cidade, que não quis ter a identidade revelada, informou que todos os pacientes são atendidos na única Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que tem em Livramento de Nossa Senhora. “Ninguém sabe ainda o que tá causando isso, nenhum médico soube explicar o que tá acontecendo. Só sabemos que todo mundo chega lá [na UPA] com os mesmos sintomas. Não dá para dizer que foi algo que a gente comeu em casa, porque centenas de pessoas não comem na mesma casa. Tem famílias que chegam com mais de cinco pessoas no posto, procurando atendimento”, disse.

Além dos 242 casos da última semana, as ocorrências são de 65 casos na primeira semana de janeiro, e 87 casos na segunda semana do mês. A secretaria ainda não tem o balanço dos casos desta semana, que compreende o período de domingo (21) a sábado (27). O secretário, no entanto, informou que os casos voltaram para uma faixa considerada “normal”, que seria, em média, 50 registros.

Os moradores suspeitam que as crises de vômito e diarreia possam ter ligação com o fato de que a água do município tem apresentado coloração diferente da normal. “Desde o começo do mês que estamos assim, com a cor da água estranha. E essa água tá sendo consumida por todo mundo, porque a gente precisa de fazer comida, lavar os pratos e tomar banho, mesmo que a gente não beba”, complementou o morador.

Segundo o secretário de Saúde, Gerardo Júnior, amostras de água da cidade já foram colhidas pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa), para serem analisadas.

A Sesab também disse que equipes da vigilância epidemiológica e ambiental do Estado já foram para o local, onde já coletaram amostras de água e vão coletar amostras biológicas para investigação do motivo dessas ocorrências.

Gerardo Júnior informou, ainda, que amostras de fezes de algumas pessoas foram coletadas e levadas para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Salvador. No entanto, os resultados só devem ficar prontos depois do carnaval, conforme ele.

Equipes da Vigilância Epidemiológica e Sanitária do município também já foram acionadas para investigar as causas dos registros.

Em nota, a Embasa informou que foram coletadas, na segunda-feira (22), 10 amostras de água da rede que abastece a cidade, que foram enviadas para análise. Segundo a empresa, os laudos deram negativo para os itens bacteriológicos, entre eles, coliformes fecais. A água fornecida para a população, conforme a Embasa, está de acordo com o padrão de potabilidade estabelecido pela portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde.

A empresa afirmou, ainda em nota, que não recebeu nenhuma notificação, e que algumas pessoas que apresentaram os sintomas moram em localidades rurais, que não são atendidas pelas redes da Embasa.




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