26 de abril de 2024
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PGR diz que Barroso autorizou quebra de sigilo em investigação contra Temer

PGR diz que Barroso autorizou quebra de sigilo em investigação contra Temer

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou em dezembro do ano passado alguns pedidos de quebra de sigilo no âmbito do inquérito que investiga o presidente Michel Temer. Mas não especificou quem são as pessoas e empresas atingidas pela decisão.

Além de Temer, há outros três investigados por supostas irregularidades no decreto presidencial dos portos. O presidente, que nega as acusações, é suspeito de ter beneficiado a Rodrimar, que opera no porto de Santos.

Na última sexta-feira, o delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pela apuração do caso na Polícia Federal (PF) reclamou por meio de um relatório da demora da PGR em proceder na quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Temer. Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures, que foi assessor de Temer e despachava no Palácio do Planalto, e os executivos Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, da Rodrimar.

Neste domingo, Barroso entrou em contato com Cleyber Lopes. Em breve despacho, ele afirmou que o delegado relatou pendências, mas o ministro não entrou em maiores detalhes. Disse ainda que Cleyber assegurou não ter divulgado nenhuma informação sigilosa.

“Neste domingo, dia 25.02.2018, entrei em contato com o Dr. Cleyber Malta Lopes, Delegado encarregado do Inquérito nº 4621. Após me relatar algumas pendências, assegurou-me S. Sa. que nenhuma informação relativa a aspectos sigilosos do inquérito foi por ele divulgada a quem quer que seja e que conduz a apuração com toda a diligência e discrição que o caso impõe. Para registro, deixo este fato consignado nos autos”, decidiu Barroso.

Em depoimento à Polícia Federal no dia 16 de fevereiro, Ricardo Saud, executivo do grupo J&F, afirmou que Temer atuou para favorecer os interesses do grupo no Porto de Santos. Segundo o colaborador, os dois se reuniram na Vice-Presidência. O executivo teria falado com o presidente sobre as dificuldades que a J&F estava encontrando para concluir as obras em uma área comprada da empresa Rodrimar para escoar a produção da Eldorado Celulose. A obra havia sido embargada pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pelo Porto de Santos. Ele relatou que Temer teria tomado nota das informações. Poucos dias depois, Ricardo Saud foi comunicado por um diretor da Eldorado de que a obra havia sido liberada.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou que o presidente Michel Temer nunca se reuniu com Saud para tratar da área comprada pela J&F no Porto de Santos.

Na última segunda-feira, Barroso se reuniu em seu gabinete com o diretor-geral da PF Fernando Segovia. O encontro foi marcado depois de uma entrevista de Segovia à agência de notícias “Reuters”. Na reunião, o diretor-geral da PF argumentou que suas declarações sobre a suposta falta de provas e possível arquivamento do inquérito contra o presidente Michel Temer foram distorcidas. Na entrevista, ele também fez ressalvas ao trabalho de Cleyber Lopes, mas disse a Barroso que não teve a intenção de ameaçá-lo, tendo sido, da mesma forma, mal interpretado.




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