Em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (13), ao lado do ministro da Justiça, Torquato Jardim, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, defendeu o impeachment do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suas decisões sobre a quebra de sigilo bancário do presidente Michel Temer e sobre o decreto de indulto de Natal.
“O governo não está pensando nisso, mas eu estou. Nós estamos diante de um sucessivo desrespeito à Constituição, em sucessivas decisões do ministro Barroso. Nesta última ele consegue desrespeitar os três poderes. Desrespeita o Legislativo, já que desconsidera o texto constitucional, desrespeita o Executivo, já que usurpa uma prerrogativa do presidente, e ele desrespeita o próprio Judiciário, a partir do momento que toma uma decisão que deveria ser tomada por quórum qualificado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
Marun chegou a afirmar que deixaria o cargo de ministro de estado e voltaria ao cargo de deputado federal para apresentar a representação contra o ministro Barroso:
“Solicitei a alguns juízes de minha confiança uma análise do assunto, comentei em grupos de whatsapp de deputados, e se entendermos, respeitando a Constituição, se for esse o caminho, eu analiso a possibilidade de me licenciar da minha função de ministro de estado e retornar ao meu mandato para apresentar uma solicitação de responsabilização do ministro Barroso por conduta indevida”, disse o ministro Marun.
Barroso determinou a quebra do sigilo bancário do presidente de 1º de janeiro de 2013 a 30 de junho de 2017, no inquérito que investiga o decreto dos portos. Temer é suspeito de receber propina para favorecer empresas do setor portuário na publicação de um decreto que alterou regras do setor. Após a decisão do ministro, o Palácio do Planalto informou que vai solicitar e divulgar para a imprensa os extratos bancários do presidente.