O PRB anunciou nesta terça-feira (27) o lançamento da pré-candidatura do empresário Flávio Rocha, executivo da Riachuelo, à Presidência da República. Ligado ao MBL, Rocha se filiou ao PRB nesta terça para concorrer nas eleições de outubro. Os partidos e coligações têm até o dia 15 de agosto para registro oficial dos candidatos na Justiça Eleitoral. O lançamento da pré-candidatura foi feito em um ato de anúncio no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
“Em nome da Executiva Nacional do partido, (…) endossamos, por unanimidade, a indicação de Flavio Rocha para pré-candidato à Presidência da República. Já vou antecipar antes que venha a pergunta: É para valer? É para valer. É para ser vice? Não, é para ser candidato a presidente da República”, afirmou Marcos Pereira, presidente nacional do PRB.
Com um posicionamento econômico liberal, Flávio Rocha disse que a sua candidatura representará um contraponto a um “ciclo marcado por excessivo intervencionismo estatal”. “Eu acho que nos cabe preencher uma lacuna que existe na política brasileira”, afirmou.
Rocha ressaltou não ser neófito na política. “Já tive dois mandatos de deputado federal. É uma volta a essa casa, só que volto com uma nova família”, disse, acrescentando que traz “todos os ensinamentos da esfera empresarial”.
Rocha é vice-presidente e diretor de relações com investidores da empresa Guararapes, que é dona da Riachuelo.
“Temos a responsabilidade de recolocar o Brasil nos trilhos da prosperidade. E prosperidade é o resultado de liberdade econômica e liberdade política”, afirmou Flávio Rocha.
Ele encabeça um movimento chamado “Brasil 200”, que propõe uma agenda liberal para o país.
“A decisão de hoje significa que nós entendemos que não existe mais a necessidade de uma candidatura para marcar posição, mas uma candidatura que se tornou que realmente viável e competitiva”, declarou.
Rocha comentou sobre o resultado da sua empresa neste trimestre e disse que tinha “tudo para festejar”, mas que foi um período de angústia. “O que nós vimos é que não adianta ocupar uma confortável suíte presidencial num transatlântico de luxo se esse Titanic navega celeremente em direção ao iceberg assassino”, afirmou.
Apontado como uma versão “light” do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), que tem posições conservadoras, Flavio Rocha disse ver “pouquíssimas identificações” entre eles.
“Sou um liberal convicto, acredito na força do indivíduo, da livre iniciativa, sou um reformista, sou um ‘privativista’, acho que o estado deve se circunscrever às suas tarefas essenciais e acho que isso aí nos diferencia frontalmente”, afirmou.
Questionado por jornalistas se é conservador nos costumes, respondeu: “Como a coerência manda”.
A respeito da sua ligação com o MBL, Rocha disse que se aproximaram em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). “São jovens de uma maturidade intelectual e de uma coerência que eu admiro e essa relação permanece até hoje”, disse.
Sobre a permanência do PRB na base governista, uma vez que o próprio presidente Michel Temer também pretende disputar a eleição, Marcos Pereira afirmou que só deixará o governo se houver uma imposição de Temer neste sentido. Eles deverão discutir isso na semana que vem.
“Integramos o governo Temer, porque entendemos que era importante para ajudar o Brasil naquele momento. Ainda integramos o governo e ajudamos o Brasil a avançar. Já pedi agenda com o presidente para discutir como vai ficar a posição do partido em relação ao governo. (…) Se preciso for, não achamos que seja por aí, sair ou não do governo será uma decisão que tomaremos em conjunto com a bancada e o presidente Temer na próxima semana”, disse.
Rocha também foi na mesma linha: “Se fosse uma candidatura de alinhamento, nós estaríamos nos perfilando ao lado das candidaturas colocadas dentro do grupo governista. somos a candidatura da mudança”.