Na tentativa de evidenciar até em imagem sua preocupação com as consequências do julgamento de Lula, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, quis ler sem qualquer produção o pronunciamento que fez nesta segunda (2).
Segundo a jornalista Daniela Lima da coluna Paine da Folha de São Paulo, ela havia acabado de ouvir que a Polícia Federal espera até 20 mil pessoas, a favor e contra o petista, com risco de confronto. Em tom severo, falou para esse público, mas também para os colegas. Tudo o ela que não quer é, em ambiente tão sensível, novo bate-boca entre magistrados.
Cármen disse, dentre outras coisas, que o País “vive tempos de intolerância e de intransigência contra pessoas e instituições”. Assessores de Cármen e da TV Justiça perguntaram se a ministra não preferia gravar o texto em um estúdio, com teleprompter e outros artifícios. Ela rechaçou. Disse que seria filmada em sua mesa de trabalho e que não havia problema se percebessem que estava lendo na folha de papel que havia escrito.
Aviso – A Secretaria de Segurança do DF prevê conflito na quarta (4), o dia da retomada do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo. Em tensa reunião nesta segunda (2), ficou definido que a PM instalará grades para separar os dois grupos que organizam protestos na Esplanada.
As barreiras não devem segurar possíveis brigas – são baixas, têm no máximo 1,20 metro – e só haverá segurança a partir da área da Catedral de Brasília.
Rosa Weber – Ministros do Supremo já deram o caminho das pedras para tentar aliviar a pressão sobre os ombros de Rosa Weber, dona do voto decisivo para a prisão após condenação em segunda instância –e para o ex-presidente Lula.
Ela tem negado pedidos de soltura alegando respeitar a maioria apertada que se formou em 2016. Marco Aurélio Mello já sinalizou que ela não é obrigada a seguir o entendimento anterior, já que o plenário do Supremo estará avaliando o tema novamente, motivado pelo pedido do petista. Quando o STF debateu o assunto pela última vez, em 2016, Weber foi contra a antecipação do encarceramento.