25 de abril de 2024
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Sessão Especial na AL-BA marca os 20 anos da morte de Luís Eduardo Magalhães

Sessão Especial na AL-BA marca os 20 anos da morte de Luís Eduardo Magalhães

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, ALBA, Angelo Coronel, comandou nesta quarta-feira (18) a Sessão Especial post mortem que homenageou o deputado Luís Eduardo Maron de Magalhães, morto precocemente, aos 43 anos, em 21 de abril de 1998, por volta das 20h – cerca de sete horas depois de sofrer um infarto do miocárdio, no Hospital Santa Lúcia, em Brasília. A iniciativa partiu do deputado Adolfo Viana (PSDB) para lembrar esse hiato de 20 anos e celebrar a trajetória política de um jovem líder da política baiana.

Filho do presidente do Senado à época, Antonio Carlos Magalhães, Luís era pré-candidato ao Governo da Bahia nas eleições de outubro daquele ano e apontado como um dos principais concorrentes à Presidência da República nas eleições de 2002. Foi deputado estadual, de 1979 a 1987, e deputado federal de 1987 até a sua morte, sendo presidente da ALBA entre 1983 e 1985, e da Câmara dos Deputados durante o biênio 1995-1997.

Construtor de pontes – A tônica da homenagem, através dos discursos de Adolfo Viana, proponente da Sessão, de Luís Eduardo Maron de Magalhães Filho, filho do homenageado, do presidente da ALBA, Angelo Coronel, e dos depoimentos colhidos entre os participantes, era de que Luís Eduardo era um “construtor de pontes”. “Era um parlamentar com forte liderança, que transcendia partidos e, sobretudo, que construía pontes e buscava intercessões. Com este perfil, ele poderia ter alterado a história e construído outros caminhos que levassem o Brasil a uma posição melhor do que a atual”, destacou Luís Eduardo Filho, o Duquinho.

“Fui adversário ferrenho do pai dele, o senador ACM, mas com Luís Eduardo mantinha uma relação de grande admiração e respeito. Era líder da Oposição na ALBA quando Luís Eduardo e Otto Alencar me pediram para apoiar a candidatura do então deputado Antônio Honorato para a Presidência da Casa. E o fiz, porque estava tratando com homens que cumpriam as suas palavras. Luís Eduardo era um desses, um grande e autêntico líder”, elogiou Coronel.

Adolfo Viana, o deputado que requereu a homenagem, destacou o diálogo como a marca registrada de Luís Eduardo. “Luís tinha possuía uma visão claramente liberal, entretanto ele nunca deixou de dialogar com aqueles que tinham uma visão oposta, buscando sempre o caminho da composição e do entendimento, para evitar que as disputas políticas interferissem no desenvolvimento do País. Por isso, era querido e respeitado por todos, principalmente pelos seus adversários”, disse Viana.

Para Antônio Honorato, conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios – e então presidente da ALBA, onde o corpo de Luís Eduardo Magalhães foi velado – não há dúvidas de que Luís Eduardo levaria o Brasil a rumos diferentes. “Ele tinha uma visão dialética do Brasil. Na despedida dele da Presidência da Câmara dos Deputados, todas as lideranças, da extrema-esquerda à extrema-direita, reconheceram a liderança de Luís. Ele foi como um cometa, que ficou pouco tempo entre nós, mas deixou um rastro de luz intensa”, destacou Honorato, emocionado ao “rememorar, na cabeça, um bonito filme de longuíssima metragem”.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Marcus Presídio, foi à tribuna e deu um depoimento emocionado sobre a sua amizade com Luís Eduardo, iniciada quando ele começou a trabalhar na Assembleia, como office-boy, aos 15 anos. “Em um determinado momento, ele recebeu pessoas em audiência, mas não tinha ninguém para servir o café e a água. Tomei a iniciativa e fui eu mesmo. Ele me olhou surpreso e depois avisou que queria falar comigo. Como ele ficava até tarde na ALBA, só entrei na sala dele, tremendo de medo, por volta de 23h, e fui logo pedindo desculpas. Ele disse: ‘desculpas por que?. Seu gesto me orgulhou e nunca se desculpe por nada que você faz com o coração’”, rememorou Presídio, lembrando do apoio incondicional que Luís Eduardo Magalhães deu à família quando o conselheiro ficou órfão de pai.

Saudade ininterrupta – Luís Eduardo Maron de Magalhães Filho, o Duquinho, disse que a saudade do seu pai é ininterrupta. “Tivemos a convivência com nosso pai interrompida pelo destino, de modo que, como família, ficou um vácuo durante esses 20 anos, mas que soubemos suprir sempre com condescendência uns pelos outros. Por causa dele, nossa relação se fez mais forte. E após duas décadas, a história provou que seus ideais estavam certos. Muitas das suas bandeiras ainda são discutidas no plano político nacional”, disse Duquinho.

Duquinho discursou em nome da família e recebeu a homenagem proposta por Adolfo Viana como “um conforto e, ao mesmo tempo, com um orgulho muito grande, por saber que no nosso seio familiar tivemos um exemplo que hoje serve de estímulo para que jovens ingressem na política e possam transformar nosso Brasil, que tanto necessita de mudanças”.

O proponente da Sessão rememorou a história de vida do amigo Luís Eduardo, que, segundo ele, “fala por si só”. “Foi um grande homem público, que deixou imensa saudade, mas também grandes exemplos, principalmente para a nossa geração de políticos. É referência para todos nós e prestou inestimáveis serviços à Bahia, servindo, também de maneira grandiosa, ao nosso país. Toda homenagem é mais do que justa, porque Luís foi o grande político de sua geração”, destacou Viana.

Adolfo Viana relembrou que Luís Eduardo deixou grande saudade entre os servidores da ALBA “Os funcionários da Casa, até hoje, só têm coisas positivas a lembrar, não do político que se elegeu deputado estadual aos 23 anos de idade, mas do colega que conviveu com todos com muita simplicidade, com muita humildade, elegância e generosidade. Ele teve uma carreira política brilhante, passando pela presidência da ALBA e da Câmara Federal, tornando-se rapidamente um dos políticos mais influentes do país”, disse Viana.

A sessão especial em homenagem a Luís Eduardo Magalhães foi aberta pelo presidente Angelo Coronel e contou com as presenças de familiares, dos filhos Luís Eduardo, Carolina e Paula, da viúva Michele Marie, do irmão Antônio Carlos Magalhães Jr., de representantes dos Tribunais de Contas do Estado e Município, políticos com mandato e ex-deputados. O sobrinho do homenageado e prefeito de Salvador, ACM Neto, se fez representar pelo chefe da Casa Civil, Luiz Carreira. As homenagens começaram com a execução do Hino Nacional e terminaram com o Hino da Bahia.




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