20 de abril de 2024
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Aos 85 anos, Ziraldo conclui último livro da série “Os Meninos dos Planetas”

Aos 85 anos, Ziraldo conclui último livro da série “Os Meninos dos Planetas”

Quando já tinha passado dos 70 e poucos, Ziraldo decidiu que era hora de encarar um novo e longo projeto. Aquela seria uma forma de negociar com a morte e, quem sabe, garantir mais alguns anos de vida. Deu certo. Hoje o cartunista e escritor está com 85 anos e a empreitada que iniciou em 2006 finalmente chega ao fim. Com o lançamento de “O Menino D’Água e o Planeta Netuno”, “Menino de Júpiter – O Maior Menino do Mundo” e “As Cores do Escuro e os Menino de Plutão”, a série “Os Meninos dos Planetas”, publicada pela Melhoramentos, está completa.

Ao longo dos dez livros da coleção – um para cada planeta do Sistema Solar “clássico” e outro para a Lua -, Ziraldo criou personagens cujas personalidades são inspiradas nos corpos celestes que habitam. Em “O Menino da Terra”, por exemplo, o protagonista precisa lidar com questões relacionadas ao nosso futuro caso não cuidemos melhor de onde vivemos. Já em “Nino, o Menino de Saturno”, um garotinho que surfa pelos famosos anéis se envolve numa jornada que lhe apresentará nomes consagrados das artes plásticas, como Matisse, Picasso e Miró. Aliás, introdução de grandes personalidades às crianças é um dos objetivos de Ziraldo com a série, tanto que ainda aparecem nos volumes referências a Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoal, William Shakespeare e Albert Einstein.

Em “Ju, o Menino de Júpiter” mais um grande nome das letras é apresentado aos leitores de Ziraldo: o espanhol Miguel de Cervantes. Na história, o protagonista é convidado a buscar por um canto inexplorado do espaço. Para tal, conta com uma poderosa espaçonave, batizada de Rocinante, o mesmo nome do cavalo que leva Dom Quixote para as aventuras que fizeram dele um dos principais personagens da história da literatura.

“O Menino D’Água e o Planeta Netuno”, por sua vez, traz uma narrativa inspirada nos mitológicos argonautas. Já “As Cores do Escuro e os Meninos de Plutão” brinca com o fato de, na obra, Plutão ser um planeta não banhado pela luz solar, que vive na completa escuridão – uma escuridão colorida, segundo os garotos que lá habitam.

Importante ressaltar que em 2006, quando Ziraldo publicou o primeiro livro da série, Plutão ainda era considerado um planeta. Naquele ano, no entanto, foi rebaixado à condição de “planeta anão”, categoria à qual também pertencem Haumea, Makemake, Ceres e Éris.

Em 2015 eu conversei com Ziraldo sobre a série, outros trabalhos e o momento político do país. O papo rendeu uma matéria e esses dois vídeos:




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