16 de abril de 2024
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Presidente do Congresso critica pré-candidatura de Meirelles e alta dos combustíveis

Presidente do Congresso critica pré-candidatura de Meirelles e alta dos combustíveis

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), reagiu ao recado do presidente Michel Temer que nesta terça-feira (22), convidou a se retirar do partido quem se recusar a apoiar a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto. Filiado há 45 anos no MDB, Eunício avisou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que não vai seguir a recomendação. “Não vou sair e ninguém me tira.”

Eunício também criticou a política de preço dos combustíveis implantada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente. “Entre os ‘Parentes’ e os consumidores eu vou ficar com os consumidores”, afirmou.

Sobre o lançamento da pré-candidatura de Meirelles, ele disse lamentar que a direção nacional do MDB não tenha construído uma candidatura viável do partido. “Aqui no Senado eu já vi gente se filiando de manhã para ocupar lugares na Mesa Diretora à noite. Sinceramente, eu não tenho nenhuma relação pessoal com o ex-ministro Meirelles. O conheci como presidente do BC (Banco Central). Ele nunca exerceu nenhum mandato pelo MDB. Não sei nem por quais partidos ele passou. Sei que do MDB ele não é”.

Sobre o convite feito pelo presidente Michel Temer para que os descontentes saiam do MDB, ele reage: “O presidente da República é um filiado como outro qualquer. Dentro do MDB ninguém é maior do que ninguém. Esse é o PMDB que eu nasci nele e vou morrer nele. Não vou aceitar que ninguém me faça cobrança e me ameace. Já tive muita divergência dentro do partido, mas nunca saí e não vou mudar. Não vou cumprir missão de quem quer que seja. Vou morrer com a bandeira do Brasil em cima do caixão, a do Ceará e a do MDB”.

Ele disse ainda não ter definido quem irá apoiar para presidente e disse não ter aproximação a Henrique Meirelles. “Estou conversando com minha coligação (que inclui o PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PDT, do presidenciável Ciro Gomes). Nunca comi uma colher de sal com ele (Meirelles). Estou há quase dois anos na presidência do Congresso e nunca tive relacionamento com ele. Acredito que seja um brasileiro capaz. Agora, uma coisa é um brasileiro capaz e outra é um militante partidário”.

Eunício disse que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, “é outro brasileiro por quem eu tenho respeito à distância”. Segundo ele, “entre os ‘Parentes’ e os consumidores, eu vou ficar com os consumidores. É abusivo o que aconteceu no Brasil. Olha que eu sou ponderado. São 11 aumentos em 16 dias. E que ninguém venha me dizer que foi em função do dólar”.

Ele foi enfaticamente contrário ao leilão das distribuidoras da Eletrobras no Norte e Nordeste. “Já temos o aumento do combustível e agora vamos aprovar outra MP preparativa para o aumento de energia? Pelo amor de Deus! Energia, gasolina, gás de cozinha. As pessoas estão com medo de voltar ao fogão a lenha e ainda serem penalizadas pelo Ibama. Por isso montamos uma comissão geral. O ministro da Fazenda, o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), os representante das distribuidoras vão ter que se explicar”, asseverou.

Eunício disse ainda que “a reforma da Previdência tem que ser discutida pelos candidatos à Presidência da República para que as pessoas escolham a proposta que querem apoiar. Não é esse governo que tem que fazer a pauta da Previdência”, finalizou.




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