A Mauricio de Sousa Produções e a Panini anunciaram nesta sexta-feira (10) uma parceria inédita entre a “Turma da Mônica” e a DC Comics. “A ideia de crossover está sendo muito usada por diversos personagens, autores e distribuidores de quadrinhos, e funciona muito bem. Então, surgiu essa oportunidade e eu achei ótima a ideia”, disse o criador dos gibis mais famosos do Brasil em entrevista exclusiva ao UOL.
A novidade pode animar os fãs tanto de um lado quanto de outro, mas não é novidade para quem acompanha as aventuras da turminha do Bairro do Limoeiro. Os personagens sempre se meteram em paródias com famosos heróis, como o Batmão, criação de Cebolinha, e o Super-Home, uma versão poderosa de Chico Bento.
O lançamento da parceria está previsto para a Comic Con Experience, que acontece entre 6 e 9 de dezembro deste ano, em São Paulo.
A parceria ainda está em desenvolvimento, mas Mauricio garante que está animado com os resultados. “Está sendo um trabalho gostoso de pesquisa, de técnica de desenho e tudo mais, e de certa maneira está mostrando um outro lado do nosso estúdio. A relação está muito boa, e talvez isso abra caminho para mais materiais desse tipo, vai depender do resultado.”
Por enquanto, o pai da Mônica trata o tema como um projeto único, um gibi que pode ganhar continuidade caso vá bem no mercado. “Não se falou ainda de uma linha, mas os dois lados estão ansiosos para saber o resultado para ver se poderemos prosseguir. Estamos desenhando com informações e catálogos que nos passaram, mas o nosso pessoal desenha muito bem super-heróis.”
“Alguns dos desenhistas aqui me surpreenderam, desenvolveram uma técnica que desconhecíamos que eles tinham. Estamos já em via de ter condição de, se a gente quiser um dia, criar uma nova linha de personagens diferenciados dirigidos para o público adulto ou jovem, sem dúvida”, completa.
Serão oito revistas, sendo seis da turminha, uma da “Turma da Mônica Jovem” e uma do “Chico Bento Moço”. Os primeiros gibis têm previsão de chegar às bancas e lojas no final do ano, e serão lançado oficialmente na CCXP.
E a parceria não vai ficar restrita apenas ao Brasil. O projeto das crianças do Bairro do Limoeiro com os heróis da Liga da Justiça também será comercializado nos Estados Unidos. Entre os vilões estarão Capitão Feio e, claro, o temido Coringa.
Fã – Seria o sonho de muita gente ver o dono dos planos infalíveis dividindo espaço com o Homem-Morcego. Mesma coisa com a Mônica enfrentando vilões perigosos com o Sansão enquanto ajuda a Mulher-Maravilha. E o que veremos no gibi especial que marca a parceria entre a “Turma da Mônica” e a DC Comics?
“Ah, então você quer spoiler?”, pergunta um bem-humorado Mauricio de Sousa. “Eu preciso descer até o estúdio, dar uma olhada nos materiais e lhe responder, mas de qualquer maneira serão vários personagens. Os traços editoriais serão desenhados por nós, e os roteiros serão em parceria com eles.”
Escondendo o jogo, o criador da Mônica espera que o novo projeto chegue o mais rápido possível para os fãs, mas ainda não sabe com precisão a data de lançamento. “Eu gostaria que fosse logo, estamos deixando nada para o dia seguinte. Quando chega material já começamos a trabalhar.”
Mauricio relembra um pouco sua juventude ao falar dos heróis que gostava quando era um aficionado por quadrinhos e gibis. “Eu lia Superman, Batman, Flash, Lanterna Verde, Mulher-Gato e tudo mais. Esses são os personagens que me lembro que curtia e tenho no meu arquivo, velhos gibis todos arquivados.”, disse o quadrinista.
Descrevendo os heróis, fica fácil entender as paródias que a “Turma da Mônica” já fez nos gibis, mas não era só de nomes da DC que Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali acabaram incorporando. A Marvel também foi representada, sobrando até para Sansão, o Coelho de Ferro, e o Xaveco, que virou o Incrível Xulqui.
Mesmo com a parceria com a DC, Mauricio afirma que vai continuar brincando com as “rivais” do quadrinhos enquanto permitirem. “Eu só não posso plagiar nada, mas paródia é livre. É uma maravilha para quem quer brincar. É livre e respeitosa, porque não falamos de personagens que não sejam fortes, que não tenham público. Se há uma paródia, você está confessando que está aceitando personagens fortes.”
Foto: Divulgação