19 de abril de 2024
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Missa e procissão dão início à Festa da Boa Morte em Cachoeira

Missa e procissão dão início à Festa da Boa Morte em Cachoeira

Foram iniciadas nesta terça-feira (14) as comemorações em homenagem a Nossa Senhora da Boa Morte, na cidade de Cachoeira, no recôncavo da Bahia. A festa segue até a sexta-feira (17).

Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010, a festa tem quase 200 anos e relembra a luta dos escravos pela liberdade. A Irmandade da Boa Morte coordena os festejos. O grupo é formado por 22 senhoras.

Durante a tarde desta terça-feira, as irmãs prepararam a Capela da Boa Morte para a Missa de Corpo Presente. Realizada no início da noite, a cerimônia foi presidida pelo bispo Don Antônio Tourinho Neto. Dezenas de fiéis acompanharam a missa. Em seguida, houve uma procissão, que percorreu as principais ruas da cidade. O trajeto tem cerca de 2,5 quilômetros.

Na quarta-feira (15), ocorre uma missa em homenagem a Nossa Senhora da Glória, que representa a ascensão da santa e a liberdade dos escravos. A cerimônia será realizada às 10h.

A história da Irmandade da Boa Morte é uma das maiores manifestações culturais do Recôncavo Baiano, passada de mãe para filha por mulheres negras. Para fazer parte da Irmandade, as irmãs precisam ter mais de 50 anos e serem descendentes escravos.

O culto à Nossa Senhora foi difundida pelo mundo ocidental, desde o século IX, através da expansão católica. As festividades têm forte tradição portuguesa, mas sofreu influência do catolicismo afro-brasileiro.

De acordo com a secretaria do Turismo do Estado (Setur), os festejos da Boa Morte atraem muitos olhares porque contam a história de mulheres negras que conquistaram espaço na sociedade e decidiram se unir para comprar a liberdade daqueles que ainda eram mantidos no modelo escravagista.

Com força, perseverança e fé, elas criaram a Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte, confraria religiosa afro-católica responsável pela alforria de inúmeros escravos.

Em Salvador, a devoção a Nossa Senhora da Boa Morte é registrada desde o século XIX, exclusivamente feminina, localizada na Igreja da Barroquinha, em Salvador. A transferência da Irmandade para a cidade de Cachoeira ocorreu por volta de 1820.

Na cidade do Recôncavo Baiano, a Irmandade se instalou na casa de nº 41, chamada de Casa Estrela, local ainda hoje reverenciado pelas irmãs durante o trajeto da procissão.




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