25 de novembro de 2024
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Ana Amélia diz que sistema político brasileiro faliu

Ana Amélia diz que sistema político brasileiro faliu

Candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, a senadora Ana Amélia (PP) atribui a “sobrevivência eleitoral” a decisão de integrantes de seu partido de apoiarem outros candidatos ao Planalto.

A candidata falou à GloboNews, que, nesta semana, entrevista os postulantes ao cargo de vice-presidente das cinco chapas mais bem colocadas nas pesquisas de opinião. A primeira entrevistada foi Kátia Abreu, vice na chapa de Ciro Gomes (PDT).

Na entrevista, a senadora foi questionada pelo colunista Gerson Camarotti sobre o fato de o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, ter recebido o candidato a vice na chapa de Lula (PT), Fernando Haddad, no Piauí; e sobre uma parcela do PP no Rio Grande do Sul — estado da senadora — apoiar Jair Bolsonaro (PP).

Perguntada por Camarotti se ficava constrangida com esses movimentos, Ana Amélia respondeu que não. “Eu não fico constrangida coisa nenhuma, as atitudes têm que ser as suas responsabilidades”, disse.

“É uma questão de sobrevivência eleitoral do candidato. É o pragmatismo político. Quer dizer, eu faço as coisas por convicção. Os outros fazem por pragmatismo, outros fazem por interesses regionais, que eles têm que explicar por que eles estão fazendo isso”, analisou Ana Amélia.

Em julho, durante o período de convenções partidárias — quando os partidos definem candidatos e alianças nas eleições —, o PSL, partido de Bolsonaro, declarou apoio à pré-candidatura de Luiz Carlos Heinze (PP) ao governo do Rio Grande do Sul. Após Ana Amélia ser anunciada como vice de Alckmin, o PP desistiu de lançar a candidatura de Heinze.

Ainda sobre o assunto, a candidata disse ser a favor de uma reforma política “de fato e de direito”. “Este sistema político que está em vigor, ele faliu”, afirmou Ana Amélia.

“Você olha em qualquer partido, da esquerda e da direita, você vai ver essas contradições. São profundas contradições, em todos eles. […] E não é só no PSDB, não é só no PP. Todos os outros partidos estão vivendo os mesmos dilemas, as mesmas contradições.”

Ana Amélia afirmou apoiar a Operação Lava Jato, que ela chama de “referência para o Brasil no combate àquilo que é talvez a doença mais grave da política brasileira”:

“Uma espécie de câncer que tem provocado uma situação de absoluto descaso com o dinheiro público em relação aos desmandos e ao consumo”, disse Ana Amélia sobre corrupção.

Questionada pela colunista Andréia Sadi sobre a candidata integrar o PP, partido que tem membros envolvidos na Lava Jato, respondeu que tem “muito orgulho de representar” a sigla no Rio Grande do Sul. Segundo ela, o PP gaúcho “é diferente dos demais” estados.

“Se eu não estou na Lava Jato, se eu tenho ficha limpa, por que isso [integrantes do PP envolvidos na operação] vai me contaminar?”, indagou Ana Amélia.

“Cada um tem que pagar pelo que faz. Eu tenho que ser cobrada pelos meus atos. Eu não posso pagar pelos erros e pela corrupção feita por agentes do meu partido. Eles têm que ser acusados, têm que ser investigados e têm que ser julgados. E esse trabalho pertence às instituições responsáveis por isso num estado democrático de direito”, completou.

Ainda sobre corrupção, Ana Amélia disse que em “qualquer outro partido” que se filiasse, ela teria “os mesmos problemas”. “Todos eles estão contaminados da mesma maneira”, disse.

A candidata também afirmou que, se Geraldo Alckmin “não fosse ficha limpa, e se tivesse algum processo contra ele”, ela “seguramente não estaria nessa chapa”. “Quando sempre conversamos, falamos sobre Lava Jato, sobre a necessidade de preservar essa operação.”

Os próximos entrevistados serão Eduardo Jorge (PV), vice de Marina Silva (Rede); Fernando Haddad (PT), vice de Lula (PT); e General Mourão (PRTB), vice de Jair Bolsonaro (PSL).




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