A prefeitura de Vera Cruz, 218 km de Salvador, vai começar na manhã desta sexta-feira (21) a demolição de casas e outras estruturas comprometidas pelo avanço do mar em cerca de 150 metros na praia de Cacha Pregos.
Nesta quinta (20), a equipe da administração municipal recebeu a autorização da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) para efetivar a limpeza da faixa de areia em que o mar está batendo em períodos de maré alta.
O jornal A Tarde informa que a autorização foi solicitada, de acordo com o prefeito de Vera Cruz, Marcus Vinicius, “porque o local é patrimônio Federal, então é a Marinha quem deve fiscalizar e a União deveria fazer esta limpeza. Mas nós faremos, para evitar que os moradores ou visitantes sofram acidentes”.
Sobre obras de contenção ele disse que nesta sexta estará na SPU em Salvador, onde debaterá as melhores soluções e a possibilidade de intervenções mais radicais, que, se necessárias, “deverão ser arcadas pela União”, afirmou.
“Em conversas que mantivemos com os moradores mais antigos de Cacha Pregos, nos disseram que esta maré é cíclica e aparece de tempos em tempos”, disse o prefeito, acrescentando que a construção de imóveis no local foi um erro, “porque esta área está sujeita a estas marés”.
Coordenador da Defesa Civil da Bahia, Paulo Luz afirmou que o problema está se agravando e que em cerca de 10 anos o mar avançou aproximadamente 80 metros. “Mas nos últimos dois anos foi mais intenso e avançou outros 70 metros”.
Ele destacou que dois fatores podem estar contribuindo para a ocorrência deste fenômeno e citou que tem influência do aquecimento global que está descongelando as grandes geleiras.
“Também tem a ocorrência da foz do rio Jaguaripe neste local. Como está chovendo menos, o rio está perdendo sua força”, explicou, acrescentando que é comum em locais com foz de rios ocorrerem fenômenos como este de Cacha Pregos.
Requalificação – De acordo com a diretora de fiscalização e licenciamento ambiental de Vera Cruz, Priscila Veloso, a limpeza que começa nesta sexta vai focar nas construções atingidas pela erosão marítima e retirada de árvores, principalmente coqueiros, que foram derrubados com a força da água.
“Estamos tomando as medidas emergenciais cabíveis, de modo a prevenir outros problemas, pois na próxima semana teremos mudanças na maré por causa da lua cheia”, afirmou Priscila, salientando que existe a possibilidade de uma parte atingida pelas marés altas ser isolada para segurança dos frequentadores.
Ela enfatizou que o fenômeno não deve atingir o setor do turismo, porque a área afetada é pequena em relação a toda extensão de praias que o município possui. “Temos um grande potencial e estamos em processo de requalificação, com o segmento turístico em crescimento”, asseverou.