27 de novembro de 2024
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Seminário discute cenário epidemiológico da hanseníase em Salvador

Seminário discute cenário epidemiológico da hanseníase em Salvador

No ano passado, 290 novos casos de hanseníase foram confirmados em Salvador, de acordo com o último boletim epidemiológico. As regiões que têm mais ocorrências são Subúrbio Ferroviário, São Caetano/Valéria e Itapuã. Como estratégia para reverter este cenário na capital baiana, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do setor de agravos da Vigilância Epidemiológica (Viep), promoveu, nesta quarta-feira (26), o Seminário Municipal da Hanseníase, no auditório do Hotel Monte Pascoal, localizado na Avenida Oceânica, Barra.

Foram tratados temas sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, situação epidemiológica na Bahia e em Salvador, avanços, desafios e perspectivas. Uma das palestrantes do dia, a bióloga Vanessa Almeida chamou atenção do público para o decréscimo de ocorrências de hanseníase na capital baiana. O resultado advém de cálculos de detecção sobre o número do valor absoluto de casos (290).

Em 2017, a doença atingiu 6% das pessoas com menos de 15 anos em Salvador. “Não é um valor elevado, mas alarmante. As crianças são indicadoras sensíveis da presença da doença, daí a importância do diagnóstico precoce. Geralmente, elas adquirem hanseníase a partir dos contatos familiares e sociais, de pessoas com a doença e que estão transmitindo ativamente (forma multibacilar)”, disse Vanessa. Intensificar as ações de busca ativa de contatos e de casos novos, assim como ampliar a cobertura do Programa Municipal do Controle da Hanseníase (PCH) estão entre as políticas públicas de atenção primária executadas para atender à população.

O paciente com suspeita da doença pode se consultar com médico clínico em qualquer posto de saúde da capital baiana. Se diagnosticada, ele é encaminhado para uma das 110 unidades com o PCH. Há inclusive dispensação gratuita de medicamento polioquimioterápico para tratamento.

Durante o seminário, o médico clínico Afonso Roberto Batista alertou para a importância do diagnóstico precoce. ” Trata-se de uma doença infecciosa e imunológica, que pode causar incapacidade e inflamação nos nervos. Na forma inicial, ela aparece com manchas homocrômicas ou eritematosas no corpo. Caso a detecção ocorra de forma prévia, haverá poucas chances de lesões e reações ao paciente. “Ou seja, quanto mais rápido o tratamento, mais aumentam as chances de cura, sem sequelas”.

A hanseníase é uma doença transmissível provocada pelo bacilo de Hansen, que acomete, principalmente, os nervos e a pele. Os sinais e sintomas da patologia são manchas, em qualquer parte do corpo, esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, com perda da sensibilidade (dormente). Pode atingir rosto (olhos, orelhas e nariz), braços, mãos, pernas e pés. É transmitida por vias aéreas, através das gotas eliminadas no ar pela tosse, fala e espirro de pessoas doentes e sem tratamento.

Foto: Divulgação/Secom-PMS




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