No ano passado, 290 novos casos de hansenÃase foram confirmados em Salvador, de acordo com o último boletim epidemiológico. As regiões que têm mais ocorrências são Subúrbio Ferroviário, São Caetano/Valéria e Itapuã. Como estratégia para reverter este cenário na capital baiana, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do setor de agravos da Vigilância Epidemiológica (Viep), promoveu, nesta quarta-feira (26), o Seminário Municipal da HansenÃase, no auditório do Hotel Monte Pascoal, localizado na Avenida Oceânica, Barra.
Foram tratados temas sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, situação epidemiológica na Bahia e em Salvador, avanços, desafios e perspectivas. Uma das palestrantes do dia, a bióloga Vanessa Almeida chamou atenção do público para o decréscimo de ocorrências de hansenÃase na capital baiana. O resultado advém de cálculos de detecção sobre o número do valor absoluto de casos (290).
Em 2017, a doença atingiu 6% das pessoas com menos de 15 anos em Salvador. “Não é um valor elevado, mas alarmante. As crianças são indicadoras sensÃveis da presença da doença, daà a importância do diagnóstico precoce. Geralmente, elas adquirem hansenÃase a partir dos contatos familiares e sociais, de pessoas com a doença e que estão transmitindo ativamente (forma multibacilar)”, disse Vanessa. Intensificar as ações de busca ativa de contatos e de casos novos, assim como ampliar a cobertura do Programa Municipal do Controle da HansenÃase (PCH) estão entre as polÃticas públicas de atenção primária executadas para atender à população.
O paciente com suspeita da doença pode se consultar com médico clÃnico em qualquer posto de saúde da capital baiana. Se diagnosticada, ele é encaminhado para uma das 110 unidades com o PCH. Há inclusive dispensação gratuita de medicamento polioquimioterápico para tratamento.
Durante o seminário, o médico clÃnico Afonso Roberto Batista alertou para a importância do diagnóstico precoce. ” Trata-se de uma doença infecciosa e imunológica, que pode causar incapacidade e inflamação nos nervos. Na forma inicial, ela aparece com manchas homocrômicas ou eritematosas no corpo. Caso a detecção ocorra de forma prévia, haverá poucas chances de lesões e reações ao paciente. “Ou seja, quanto mais rápido o tratamento, mais aumentam as chances de cura, sem sequelas”.
A hansenÃase é uma doença transmissÃvel provocada pelo bacilo de Hansen, que acomete, principalmente, os nervos e a pele. Os sinais e sintomas da patologia são manchas, em qualquer parte do corpo, esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, com perda da sensibilidade (dormente). Pode atingir rosto (olhos, orelhas e nariz), braços, mãos, pernas e pés. É transmitida por vias aéreas, através das gotas eliminadas no ar pela tosse, fala e espirro de pessoas doentes e sem tratamento.
Foto: Divulgação/Secom-PMS