29 de março de 2024
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Efeito Bolsonaro: Bolsa tem alta de 4,5% e dólar recua para R$ 3,76

Efeito Bolsonaro: Bolsa tem alta de 4,5% e dólar recua para R$ 3,76

A larga vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) no primeiro turno e os resultados expressivos de apoiadores do deputado no Congresso levaram a Bolsa brasileira a subir mais de 4% nesta segunda-feira (8) e atingir volume recorde de negociação. O dólar recuou mais de 2% e agora ronda o patamar de R$ 3,75.

O Ibovespa avançou 4,57%, a 86.083. O volume financeiro no pregão somava R$ 27,6 bilhões de reais, recorde para um dia em sessão sem vencimento de opções. O giro recorde, de 17 de dezembro de 2014, foi de R$ 44 bilhões, em dia de exercício de opções. Excluindo-se o exercício, o volume no mercado à vista naquela data somou R$ 26 bilhões de reais, máxima histórica anterior.

Além disso, o real foi a moeda emergente que mais ganhou força ante o dólar nesta segunda. A moeda americana caiu 2,35%, a R$ R$ 3,7670. Na mínima, foi negociada a R$ 3,7110.

A Folha de São Paulo informa que nas mesas de negociação, a vitória de Bolsonaro no segundo turno, em 28 de outubro, é dada como certa, e analistas do mercado financeiro destacam que o capitão reformado do Exército provavelmente terá maioria no Congresso para aprovar reformas, algo que até então era motivo de preocupação.

“O primeiro turno da eleição presidencial deixou Bolsonaro em uma surpreendente boa posição para se tornar o próximo presidente brasileiro. Bolsonaro é o candidato mais pró-mercado, defendendo reformas necessárias e privatizações no país. Enquanto continuamos acreditando que a economia brasileira seguirá em recuperação lenta apesar do resultado da eleição, o resultado do primeiro turno será positivo”, escreveu Alejandro Hardziej, analista de renda fixa do Julius Baer.

No domingo, eleitores deram 46,04% dos votos válidos a Bolsonaro, enquanto o petista Fernando Haddad, que vai disputar com ele o segundo turno, ficou com 29,26%. O PT ficou com 57 cadeiras na Câmara dos Deputados, a maior bancada, e o PSL, com 51.

“A principal dúvida que existe é a governabilidade. Quando tem Congresso com essa surpresa positiva, do PSL com bancada maior, começa a apontar para governabilidade maior do que se diria”, diz o analista chefe da XP Investimentos, Karel Luketic.

“O PSL fez a segunda maior bancada da Câmara, agora o mercado começa a ver possibilidade de governo”, acrescenta Victor Candido, da Guide, que projeta ainda uma aproximação de políticos dos partidos tradicionais, como DEM, MDB e PSDB, de um eventual governo Bolsonaro após a redução de suas bancadas.

“Independentemente de quem vença, o novo presidente terá que formar alianças no Congresso que permitam a aprovação de reformas fiscais —especialmente a da Previdência— para que se encaminhe uma fragilidade fundamental no perfil de crédito do Brasil”, disse Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior da Moody’s em nota.

Investidores abraçaram a candidatura de Bolsonaro sob a fiança do economista liberal Paulo Guedes depois que perceberam que o tucano Geraldo Alckmin não conseguiria decolar na preferência dos eleitores.

No domingo (7), Bolsonaro gravou um vídeo em que comentou o resultado do primeiro turno ao lado de Guedes (e não seu vice, General Mourão, ou dos filhos), o que foi destacado pelo mercado como mais um sinal de comprometimento com a agenda liberal do economista.

​O otimismo também tem feito com que corretoras e bancos elevem suas apostas de alta do Ibovespa. Em relatório a clientes, o BTG Pactual escreveu que o favoritismo de Bolsonaro pode levar o índice a 90 mil pontos enquanto uma vitória do deputado abriria espaço para chegar aos 105 mil pontos (alta de 28% em relação aos atuais patamares).

A Guide projeta Ibovespa a 94 mil pontos, enquanto a XP também chega perto dos 100 mil pontos.

A alta deve vir do desempenho das estatais, que puxaram os 10% de ganho do Ibovespa na última semana.

BB e Petrobras – Os papéis do Banco do Brasil acumulam ganho de quase 40% em uma semana, negociados a R$ 39,27. A valorização da Petrobras supera os 25% no período, enquanto papéis da Eletrobras têm 50% de alta.

“Petrobras é um papel que vinha barato comparado com pares internacionais. E aí teve sinalização positiva do ponto de vista política, o que fez o mercado olhar para o Brasil. Outras ações são mais por euforia. [A alta da] Eletrobras não tem fundamento nos números da empresa”, diz Nicolas Takeo, analista da Socopa.




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