O presidente eleito Jair Bolsonaro indicou em entrevista ao jornal israelense Israel Hayom que poderia transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Na entrevista, que será publicada na sexta-feira (02), mas da qual o meio de comunicação antecipou alguns trechos nesta quinta-feira (1), Bolsonaro afirmou que Israel “tem direito soberano a decidir qual é a sua capital”.
“Israel é um Estado soberano. Se vocês decidirem qual é a sua capital, nós os seguiremos. Quando me perguntaram durante a campanha se transferiria a embaixada se fosse eleito presidente, respondi sim”, afirmou por telefone ao jornal conservador e favorável ao governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O recém-eleito presidente também declarou seu apoio ao país em fóruns internacionais e afirmou que o país “pode contar com o nosso voto na ONU. Sei que o voto é muitas vezes simbólico, mas ajuda a definir a postura que um país deseja adotar”.
O líder, que assumirá o cargo em 1 de janeiro, contou que esteve em Israel há dois anos e que pretende voltar ao país, e acrescentou que “ama o povo de Israel e o Estado de Israel”.
“Posso assegurar que incentivarei uma relação próxima e cooperação muito produtiva entre ambas as partes começando em 2019”, prometeu.
Disputa – A questão da localização das embaixadas em Israel é particularmente sensível. O Estado judeu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos aspiram tornar Jerusalém Oriental a capital do seu futuro Estado.
Para a comunidade internacional, o status da Cidade Santa deve ser negociado por ambas as partes e as embaixadas não devem se estabelecer lá até que um acordo seja alcançado.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e posteriormente a anexou, algo que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.
O presidente americano Donald Trump rompeu em dezembro de 2017 com décadas de diplomacia reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel. O presidente palestino, Mahmud Abbas, cortou os laços com o governo Trump após a decisão.
A embaixada americana foi transferida de Tel Aviv para Jerusalém em 14 de maio, antes de a Guatemala e o Paraguai anunciarem planos para seguir Washington. Assunção voltou atrás posteriormente, dizendo que manteria a sua embaixada em Tel Aviv.