Ex-candidato a vice na chapa derrotada de Marina Silva, Eduardo Jorge (PV) escreveu no Facebook sobre “um governo de direita no Brasil”.
“Na eleição presidencial e do Congresso em 2018 o Brasil elegeu um presidente que se diz de direita. E mais, que se diz admirador do regime militar ditatorial do século passado, de seus presidentes generais e até de alguns dos seus esbirros torturadores mais covardes. Alguns cidadãos acham que isto é um sinal do fim do mundo e que a jovem democracia brasileira está moribunda. Eu não acho. É claro que não fico feliz com o resultado. Também não fiquei feliz com os dois escolhidos pelo povo para o segundo turno… Mas vejamos algumas ponderações de fé na resiliência da democracia no país.”
Ele continua:
“Todas as democracias mais experientes e de longa tradição liberal têm forças políticas atuantes que vão da extrema esquerda a extrema direita. Isto é comum. Cabe ao povo de cada nação escolher periodicamente, em eleições livres como foi a nossa em 2018, quem deve representá-lo nos parlamentos e executivos.
Aqui nós estávamos acostumados desde a constituinte de 1987/88 a ver governos de centro ou de esquerda se revezarem em Brasília no executivo e costurando maiorias ecléticas no parlamento. Mesmo o exótico Collor de Melo recusava o rótulo de direita…
Direita, direita, aberta, explícita e até orgulhosa de ser direita não víamos há muitos anos…
Agora está aí e pelo voto da maioria que foi às urnas.”
Em seguida, Eduardo Jorge responsabiliza o PT pela vitória de Jair Bolsonaro:
“Penso que o maior responsável por isto é o próprio partido de esquerda que se comportou de forma desastrada nos últimos quatro períodos governamentais. Falei sobre esta possibilidade muitas vezes e não vou ficar repetindo isto. É até aborrecido e não sou aprendiz de profeta.
De qualquer forma isto era sempre uma possibilidade em qualquer democracia. Agora temos claramente um espectro político completo, da extrema direita à extrema esquerda.
O povo pode acompanhar, sentir, reagir, protestar, apoiar, julgar suas idéias e práticas. E em breve pode escolher se quer manter ou mudar esta orientação no comando do governo federal.
Quem planta bem, colhe bem.
Quem planta mal, colhe mal.
Isto é democracia. Um regime de governo vivo com altos e baixos sempre como possibilidades. O regime da liberdade e da responsabilidade.”