A Boca do Rio já virou destino certo de baianos e turistas no fim de ano por conta do Festival Virada Salvador, mas agora terá um motivo a mais para entrar no roteiro turístico da capital. É que o bairro vai receber um espaço para esportes radicais nos próximos meses, o primeiro da capital, batizado de Parque dos Ventos.
O parque é um dos 16 previstos pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de 2016 para Salvador e um dos sete que serão entregues até 2020 (veja detalhes na página ao lado). A estrutura será erguida entre o novo Centro de Convenções e a Arena Daniela Mercury, no espaço do antigo Aeroclube.
Na prática, ele vai funcionar nos moldes do Parque da Cidade, cercado com gradil e vegetação, e terá uma série de equipamentos de esportes. A Fundação Mário Real Ferreira (FDML) foi a responsável pelo projeto, e a presidente da instituição, Tânia Scofield, contou ao jornal Correio que a estrutura foi inspirada em um modelo de São Paulo.
“Serão oferecidas atividades de rapel, parkour, skate street, patins, pump track (circuito inclinado para ciclistas), entre outras. Além de ciclovia e pista para caminhada, o local terá também ações para crianças como arvorismo e escorregadores”, contou Tânia.
A expectativa da Fundação é que a obra comece nos próximos 30 dias e que seja concluída em até 10 meses. O parque terá 70 mil m², e o investimento será de R$ R$ 7,9 milhões. A empresa responsável pela execução será a NM, que ganhou a licitação.
Quem for ao Parque dos Ventos vai dar de cara com uma parede de 10 metros de altura. A estrutura promete ser um dos destaques da região e terá duas finalidades: as práticas de rapel e escalada.
Ainda segundo a Fundação, o objetivo é oferecer atividades que provoquem adrenalina. A instituição promete que o que não vai faltar são desafios para os atletas.
Quem costuma acessar as redes sociais já deve ter visto vídeos de uma galera saltando de uma laje para outra, pulando muros, telhados, morros e enfrentando obstáculos, muitas vezes, de alturas impressionantes. O nome dessa atividade é parkour e também está contemplada.
“Serão construídas estrutura de diferentes formas e tamanhos para que eles (atletas) possam se divertir. É um esporte muito comum no Sudeste do país e que agora Salvador também vai oferecer”, contou Tânia Scofield.
Já os skatistas vão encontrar escadas, corrimãos e curvas acidentadas. O skate street – prática do esporte com obstáculos – promete agitar as tardes na Boca do Rio. Os patinadores terão um espaço livre para ‘riscar’ o parque com manobras simples ou arriscadas.
Bikes – Para bicicletas, serão 3 km de ciclovia e um circuito inclinado e com ondulações que testam o condicionamento físico do ciclista e a capacidade dele de manter o equilíbrio – o chamado pump track.
Para o titular da Secretaria da Cidade Sustentável e Inovação (Secis), André Fraga, a construção dos parques é um benefício tanto para quem faz como para quem não faz esporte.
“2019 é o ano com maior número de parques que serão entregues na história de Salvador. Os parques são importantes para garantir a preservação das áreas verdes da cidade, como instrumento de conhecimento e por serem espaços de lazer. Além disso, pesquisas mostram que quem vive perto dessas áreas tem uma vida mais saudável”, disse.
O secretário destacou ainda a construção de outros espaços similares ao da Boca do Rio que serão entregues no decorrer do ano, como o Parque Lagoa dos Pássaros, no Stiep, e o Parque em Rede Pedra de Xangô, em Cajazeiras (confira abaixo).
“O projeto do Parque dos Ventos é uma novidade inspirada em São Paulo. Ele vai integrar diversos níveis e modalidades esportivas, além de espaço para eventos. Durante os dias de eventos no Parque da Cidade, por exemplo, o local recebe de 50 a 60 mil visitantes. Isso nos impressionou. Existe um interesse da população por essas áreas”, disse.
Estrutura – Completam o novo equipamento um anfiteatro, parque infantil, academias de saúde, área para contemplação do mar, espaço para piquenique, mirante e local para feiras e exposições, além de 20 quiosques e um ambulatório. O parque também vai receber plantação de gramas, coqueiros e outras árvores típicas da vegetação litorânea.
Confira os sete parques previstos pelo PDDU que serão entregues até 2020:
1.Parque da Lagoa do Arraial do Retiro (entregue no mês de julho de 2018)
Inserido no Parque Urbano do Vale da Mata Escura, que tem 887.339,06 m²
Área de intervenção: 2.961,43m²
Conta com bancos para contemplação da lagoa, mesas para jogos, parque infantil, quiosque, academia de ginástica, deck de madeira plástica, vagas para PCD, idoso e motos. Em área próxima à lagoa foi implantada uma quadra poliesportiva com arquibancada, paisagismo e vagas de estacionamento.
2. Parque Lagoa dos Pássaros (obras em andamento)
Parque de bairro no Stiep
Área total: 45.094,53 m²
Área de intervenção: 2.673,10 m²
O projeto contempla: recuperação e ampliação da pista de caminhada, acessibilidade, espaço para contemplação, praça com equipamentos de esportes para musculação e ginástica, parque infantil, espaço para capoeira, paraciclos e estacionamento, reforma de edificação a ser destinada para educação ambiental e a sala da guarda municipal.
3.Parque dos Ventos
Parque de bairro na Boca do Rio
Área: 70.000 m²
Projeto com foco no convívio social, lazer, recreação e prática dos esportes radicais. Tudo isso alinhado à preservação e valorização da natureza. Contempla implantação de ciclovia, pista de pump track, pista de street-park, área para patins, torre para fazer escalada e rapel, área para slackline, além do primeiro parkour da cidade. Também terá parque infantil, academias da 1ª idade e da saúde, área para contemplação do mar, espaço para piquenique, mirante e espaço para feiras e exposições.
4.Parque Rede Pedra de Xangô (projeto aprovado)
Parque de bairro inserido no Parque em Rede Pedra de Xangô, que vai conectar 10 áreas sagradas para o candomblé, em Cajazeiras.
Área total: 31.173,54 m²
Contempla a Pedra de Xangô, um córrego, um auditório para discussão religiosa e ambiental, área de exposição e atividades, e um memorial em alusão a questão ambiental e religiosa, além da área administrativa.
5. Parque Marinho da Barra (audiência pública realizada)
Unidade de Conservação Subaquática
Área total: 701.799,48 m²
Contempla três naufrágios que aconteceram entre o Forte de Santo Antônio (Farol da Barra) e o Forte de Santa Maria. Vai conservar os patrimônios naturais e históricos da área, regular as atividades de lazer e as atividades econômicas realizadas na região.
6. Estação Ecológica da Ilha dos Frades
Unidade de conservação
Área total: 1.621.790,94 m²
O projeto está em fase de estudos e visa preservar a mata atlântica da região, oferecendo atividades de lazer como trilhas e plantação de mudas.
7. Jardim Botânico
Parque Urbano
Área total: 159.895,82 m²
Será totalmente requalificado com foco no resgate e preservação da Mata Atlântica. Vai ter espaço etnobotânico, galeria em meio à mata para exposições de arte e ampliação da estrutura física para abrigar o herbário, que tem cerca de 61 mil espécimes vegetais.
Foto: Divulgação/Secom-PMS