28 de abril de 2024
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Embaixadora de Guaidó diz que caminhões para ajuda humanitária já estão no Brasil

Embaixadora de Guaidó diz que caminhões para ajuda humanitária já estão no Brasil

O “governo encarregado” de Juan Guaidó tentará, na madrugada deste sábado (23), ingressar cem toneladas de produtos à Venezuela através de sua fronteira com o Brasil, confirmou ao jornal O Globo a representante do líder opositor no país, Maria Teresa Belandria. Pouco antes de embarcar rumo a Boa Vista, onde já está o carregamento de alimentos, remédios e insumos médicos doados pelo Brasil e pelos Estados Unidos. Maria Teresa informou ainda que a segurança e a logística da inédita operação será fornecida por policiais e militares brasileiros.

Perguntada sobre a decisão do presidente Nicolás Maduro de fechar a fronteira entre os dois países na noite da última quinta-feira, a professora escolhida por Guaidó para ser sua “embaixadora” no Brasil assegurou que “estava previsto”.

— Isso fazia parte do roteiro, sabíamos que aconteceria. Todas as doações já estão em Boa Vista e serão transportadas por caminhões venezuelanos que já atravessaram a fronteira — explicou Maria Teresa.

Os caminhões são venezuelanos e serão dirigidos por motoristas venezuelanos, decisão tomada seguindo à risca a posição do governo Bolsonaro, que desde o começo deixou claro que não haveria brasileiros participando diretamente na abertura do canal humanitário, uma das jogadas mais ousadas de Guaidó desde que se autoproclamou presidente interino. O que fará o Brasil, ratificou a “embaixadora”, é ajudar na logística e na segurança com envolvimento de militares, agentes da polícia federal e polícia rodoviária.

Nesta quinta-feira, o porta-voz da Presidência brasileira, Otávio do Rêgo Barros, informou que todos os suprimentos a serem doados via Roraima são brasileiros. Os alimentos vieram de Porto Alegre, e os kits foram apanhados de Brasília.

Enquanto a cidade colombiana de Cúcuta se prepara para receber os presidentes Ivan Duque (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile) e Mario Abdo Benítez (Paraguai), em Boa Vista e na fronteira Maria Teresa estará, segundo ampliou, acompanhada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília.

A incerteza é grande, já que com uma fronteira fechada muitos se perguntam como farão os opositores de Maduro e governos aliados para conseguir ingressar as doações.

— A fronteira brasileira é muito diferente da colombiana, aqui não temos as pontes. Existem opções e não vamos nos render. Existe, ainda, o fator indígena, que é muito importante — destacou a professora, se referindo às comunidades indígenas venezuelanas decididas a pressionar as Forças Armadas do país para que não impeçam a entrada da ajuda humanitária.




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